A briga entre torcedores no último domingo, na Arena
Joinville, rendeu a Atlético-PR e Vasco punições pesadas. Em julgamento
realizado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), nesta sexta-feira,
os auditores da 4ª Comissão Disciplinar decidiram, após cerca de 3h30 de
sessão, que os dois clubes terão que atuar boa parte de seus jogos do
Brasileirão e da Série B em 2014 fora de casa e sem torcida.
O Atlético-PR sofreu a pena mais pesada, com a perda de
12 mandos de campo, sendo seis de portões fechados. O clube ainda foi multado
em R$ 140 mil. Já o Vasco perdeu oito mandos, com quatro partidas sem a
presença de torcida. A multa para o clube do Rio é de R$ 80 mil. Os clubes vão
recorrer da decisão.
Os dois foram enquadrados duas vezes no artigo 213 do
Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que fala em “Deixar de tomar
providências capazes de prevenir e reprimir desordens, invasão e lançamento de
objetos”. A pena de portões fechados não está prevista no artigo, que aponta
apenas perda de até 10 mandos de campo e multa de no máximo R$ 100 mil.
O relator do processo, Wanderley Godoy Junior, justificou
a decisão de pesar na punição a Vasco e Atlético-PR.
“O tribunal tentou buscar uma punição justa para ter
efeito. A decisão de portões fechados, pelo menos para a metade das perdas de
mando, é a mais correta e eficaz para valer como punição. Se não for assim, os
baderneiros podem ir aos jogos em que o clube estiver cumprindo a perda do
mando”, defendeu o relator ao repórter Wellington Campos, da Bradesco Esportes
FM Rio.
Segundo ele, a decisão de reduzir as partidas com portões
fechados se deu porque a pena não era somente baseada na briga, mas também pelo
arremesso de objetos no campo.
O Atlético-PR, como mandante, foi enquadrado em mais dois
artigos do CBJD: o 211 ("deixar de manter o local que tenha indicado para
realização do evento com infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e
segurança para sua realização") e o 191 ("Deixar de cumprir, ou
dificultar o cumprimento de obrigação legal, de deliberação, resolução,
determinação, exigência, requisição ou qualquer ato normativo ou administrativo
do CNE ou de entidade de administração do desporto a que estiver filiado ou
vinculado, ou regulamento, geral ou especial, de competição").
O árbitro Ricardo Marques Ribeiro foi absolvido da
acusação de ter permitido a realizada do jogo sem condições de segurança. O
mesmo aconteceu com as federações paranaense e catarinense.
O jogo
Em duelo pela última rodada do Brasileirão, uma briga
entre torcedores do Vasco e do Atlético-PR iniciaram uma briga na arquibancada,
forçando a paralisação do jogo em 73 minutos. Com o confronto interrompido com
a ação da Polícia Militar, o árbitro reiniciou o jogo. O Furacão goleou por 5 a
1, garantindo a vaga na Libertadores e rebaixando o Gigante da Colina à Série
B.
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