O Governo Federal vai pagar salário de R$ 10 mil, em
troca dos recursos federais, Prefeitura ira arcar com a alimentação e
hospedagem. Atendimento irá beneficiar mais de 600 famílias.
O município de Ipanguaçu a 214 km da capital do Estado do
Rio Grande do Norte é um dos municípios brasileiros que está recebendo reforço
na saúde através do programa federal “Mais Médicos”. O novo grupo de
profissionais corresponde à segunda etapa do segundo ciclo e chegou ao
estado do RN com 95 profissionais cubanos que desembarcaram na capital potiguar
e participaram durante toda a última semana de aulas para melhorar o idioma,
facilitando assim a comunicação durante o trabalho.
A cidade localizada na região do Vale do Açu, Ipanguaçu
acolheu o médico cubano de 47 anos, Roberto Rosalves Pena, ele é natural da
província de Matanzas localizada no litoral norte da ilha de Cuba, 90 km a
leste da capital Havana.
Casado e pai de um filho que está cursando também
medicina, Roberto Pena, fala das expectativas em contribuir com o povo
brasileiro, “Creio que vamos ajudar a população da melhor forma, trabalharemos
em conjunto, como uma família em um trabalho mútuo e com o tempo veremos os
resultados. Fico feliz por poder ajudar o povo desta cidade”, fala o médico
cubano.
Ao chegar à Ipanguaçu, Roberto achou a temperatura alta,
um pouco mais do que em sua província em Matanzas, mas afirma que isso não
será problema. Ele comenta que foi muito bem recebido pelo governo municipal, e
se sentiu grato pela hospitalidade do município, “o povo é muito caloroso,
gentil, a ajuda do governo do Brasil e da cidade foram muito bom, creio que
será exitoso a nossa colaboração em Ipanguaçu”, conclui.
Nesta segunda-feira (09) após fazer o reconhecimento
estrutural do município e conhecer a equipe do Programa Saúde da Família (PSF),
o médico cubano fez seus primeiros atendimentos acompanhado da enfermeira
Edilma Barbalho, do Centro de Saúde Tibúrcio Freire. Ele integra como
médico do PSF 5 no centro da cidade, que é composta por seis agentes
comunitários de saúde, uma técnica de enfermagem e uma enfermeira, no total
mais de 600 famílias fazem parte da área que será atendida pelo médico.
O prefeito Leonardo Oliveira e a Secretária de Saúde
Sumaira Fonseca deram as boas vindas ao médico cubano. Para o prefeito Leonardo
a vinda de novos médicos para o país ajudará a enfrentar o déficit de médicos
que resistem em trabalhar no interior, “Recebemos o Dr. Roberto com muita
alegria, daremos todo o apoio necessário para realização de seu trabalho, em
breve o PSF na qual ele atua passará atender na nova unidade de saúde que está
passando por reforma e ampliação, dando mais condições estruturais para a
realização de seu trabalho. E os médicos que já atuam terão o mesmo os mesmos
benefícios”, frisa o gestor.
Segundo o Ministério da Saúde há dois problemas básicos
nessa área: o número insuficiente de médicos e a má distribuição desses médicos
no território nacional. O Brasil possui 1,8 médicos por mil habitantes, índice
menor que o da Argentina (3,2), do Uruguai (3,7), do Reino Unido (2,7), de
Portugal (3,9) e Espanha (4). Além da falta de profissionais, o país sofre com
uma distribuição desigual: 22 estados possuem número de médicos abaixo da média
nacional e cinco deles com menos de 1 médico por mil habitantes – Acre (0,94),
Amapá (0,76), Maranhão (0,58), Pará (0,77) e Piauí (0,92). Mesmo em estados com
maior relação de médicos por habitantes, como é o caso de São Paulo (2,49),
conta com uma relação muito menor em alguns municípios, por exemplo Registro
(0,75), Araçatuba (1,33) e Franca (1,43).
O município de Ipanguaçu aumentou o salário dos médicos
de R$ 7mil para R$ 9 mil a fim de atrair os novos profissionais, pagando também
diárias plantonistas de 24h de R$1.500, mas sofre com dificuldades para
encontrar profissionais. Hoje a cidade conta com seis PSF's.
O Governo Federal vai pagar um salário de R$ 10 mil pelo
programa ‘Mais Médicos’ e fará esse pagamento pelo Ministério da Saúde. Em
troca dos recursos federais, as Prefeituras irão arcar com a alimentação e
hospedagem. Os médicos que participarem do programa terão de cumprir jornada de
40 horas semanais, deverão trabalhar exclusivamente nos postos de saúde por um
período de 3 anos, e ainda poderão cursar especialização na atenção básica.
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