TRÂNSITO - Rigor da Lei Seca tem reduzido a combinação de direção e álcool

Um ano após a nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que torna a Lei Seca mais rigorosa, entrar em vigor, já é possível perceber mudanças no comportamento da população, segundo avalia a Polícia Rodoviária Federal (PRF). As regras mais rígidas, as altas multas e a possibilidade de ir preso têm afastado muitas pessoas da combinação direção x bebida. 

O chefe substituto da Delegacia da PRF de Mossoró, Carlos Kleber, informa que houve uma mudança no comportamento da população. "Seja por conscientização ou por medo de multa, o número de pessoas dirigindo embriagadas tem reduzido", disse. Ele revela que enquanto o número de testes de bafômetro tenha aumentado o número de motoristas autuados por embriaguez ao volante tem diminuído. 

Ele atribui esses números a basicamente três fatores: mudança na legislação, divulgação da imprensa e fiscalização mais rigorosa. "Isso tem feito os motoristas serem mais prudentes antes de combinar bebida e álcool. Mesmo que não façam isso por conscientização, muitos motoristas evitam dirigir alcoolizados temendo multa", diz. 

De acordo com as novas regras, a presença de 0,05 miligramas já é infração. O novo limite equivale a menos de um copo de cerveja. Qualquer coisa acima de 0,05 dá multa de R$1.915,40. O motorista tem a carteira de habilitação recolhida e perde o direito de dirigir por um ano.

A partir de 0,34 miligramas, além dessas punições, o motorista ainda responde a processo por crime de trânsito. A pena pode ser de seis meses a três anos de detenção.

Com as novas regras, mesmo quem se recusa a fazer o teste do bafômetro pode se complicar. Pois depoimentos dos policiais e de testemunhas, e vídeos podem comprovar embriaguez. Além disso, no caso de reincidência em 12 meses, o valor da multa pode dobrar e o motorista ainda pode ter a carteira de habilitação suspensa por até um ano.

Álcool ainda é a principal causa de acidentes nas estradas

Embora o rigor da Lei Seca tenha começado a causar mudanças no comportamento dos motoristas, ainda não foi suficiente para coibir a perigosa combinação álcool e direção. O inspetor Carlos Kleber confirma que a principal causa de acidentes nas estradas federais ainda é o uso de álcool ao volante. 

De janeiro a junho deste ano, a PRF registrou 355 acidentes nas estradas, uma redução de 7%, comparado ao ano passado. Entretanto, segundo o inspetor Carlos Kleber, a maior parte dos acidentes é ocasionada por embriaguez ao volante, excesso de velocidade e ultrapassagens perigosas. 

Carlos Kleber destaca que as fiscalizações promovidas pela PRF na cidade estão cada vez mais intensas e rigorosas para coibir condutas perigosas nas estradas. "As blitze estão sendo realizadas periodicamente, principalmente no período noturno dos fins de semana", revela. No entanto, além da fiscalização da PRF é importante a conscientização do condutor sobre os riscos de beber e dirigir.

Estatísticas

JAN a JUN 2012  - JAN a JUN 2013 Variação (%)

Acidentes 382 355 - 7,06

Pessoas Mortas 30 26 - 13,33

Teste de Bafômetro 2.363 3.895 64,83

Autos de Infrações (alcoolemia) 252 252 0,00