ALTO DO RODRIGUES
Ex-prefeito Eider Medeiros direcionou obra de R$ 630 mil para ex-assessor de Henrique Alves
De acordo com a matéria publicada no O Jornal de Hoje, a auditoria da Controladoria Geral da União, vê desvio em obras de ex-assessor do deputado Henrique Alves. De acordo com a CGU, o fato de ter cinco empresas desclassificadas na obra das 40 casas e apenas a Bonacci recorreu da decisão e terminou sendo aprovada já é prova de que existe irregularidades.
Veja principais trechos da matéria divulgada pelo conceituado jornal O Jornal de Hoje, edição da tarde (16).
Auditoria da CGU vê desvio em obras de ex-assessor do deputado Henrique Alves
A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que a empresa do
ex-assessor do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Aluizio Dutra,
se beneficiou de licitações dirigidas para obras superfaturadas em três
cidades do Rio Grande do Norte.
A informação foi publicada na manhã de
hoje pelo jornal Folha de São Paulo, que vem revelando uma série de
irregularidades envolvendo o parlamentar potiguar, que é o principal
nome na disputa pela presidência da Câmara Federal.
Segundo a matéria, as conclusões da CGU sobre a Bonacci Engenharia,
que tem como sócio Aluizio Dutra de Almeida, constam “de ampla auditoria
feita pelo órgão de controle do governo federal sobre dezenas de
convênios do Dnocs (Departamento de Obras Contra a Seca)”.
O trabalho
apontou prejuízos totais de R$ 192 milhões em obras e levou à queda, em
janeiro do ano passado, do diretor-geral do departamento, Elias
Fernandes – que, por sinal, era indicado político de Henrique Alves.
“O nome da Bonacci aparecia sem despertar atenção naquele material,
entre inúmeros envolvidos em irregularidades regionais. A CGU detectou
irregularidades em três obras da empresa. Segundo a controladoria, a
Prefeitura de Alto do Rodrigues (interior do RN) ‘direcionou’ a
contratação da Bonacci para assumir um convênio de R$ 630 mil do Dnocs
na construção de 40 casas”, citou o jornal.
Segundo os auditores, chama atenção o fato de cinco concorrentes
terem sido desclassificadas pela prefeitura local e só a Bonacci recorreu
da decisão. Apresentou então sua proposta e foi escolhida. Para a CGU,
inclusive, essa proposta, descumpria itens do edital.
“Na cidade de Coronel Ezequiel, os auditores da CGU afirmam que houve
superfaturamento de R$ 49,3 mil num contrato de R$ 142 mil que a
empresa do ex-assessor de Henrique Alves assumiu para fazer barragens.
Há, também ali, elementos que apontam favorecimento à empresa, diz a
CGU”, conforme descreveu o jornal.
O processo licitatório era “constituído de folhas soltas colecionadas
em pastas; não estava devidamente autuado, protocolado e numerado, em
flagrante desrespeito à legislação vigente e comprometendo a integridade
do procedimento”, relatam os auditores da controladoria.
A investigação do órgão federal também aponta direcionamento na
contratação da Bonacci para tocar uma obra do Dnocs no valor de R$ 420
mil na cidade de São João do Sabugi, no interior do RN. A prefeitura da
cidade deixou de entregar à CGU, segundo o relatório, “atas das sessões
de recebimento das propostas, julgamento da habilitação, abertura e
julgamento das propostas, muito menos os avisos de habilitação”. Os
auditores encontraram sobrepreços que somam R$ 55,7 mil nos serviços
prestados -no caso, também construção de barragens.
Aluizio Dutra, conforme lembrou a Folha, trabalhava desde 1998 com o
Henrique Alves, mas deixou o cargo na noite de segunda-feira, após as
denúncias de que sua empresa teria recebido recursos de emendas
parlamentares do próprio Henrique Alves, além de verbas do Dnocs, órgão
controlado politicamente pelo peemedebista.
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