O Ministério da Integração Nacional, através do Departamento
Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) destinou R$ 2,2 milhões para recuperar
a infra-estrutura do Distrito Irrigado do Baixo Açu (DIBA), localizado entre as
cidades de Alto do Rodrigues, Afonso Bezerra e Ipanguaçu, na região do Vale do
Açu.
O presidente da associação dos produtores do Diba, como é
conhecido o projeto, engenheiro Guilherme Saldanha, disse que os recursos serão
usados para recuperar os canais, piscinas, estação de bombeamento e também
instalar hidrômetros em todos os lotes.
A ordem de serviço foi assinada semana passada e as obras
terão início nos próximos dias. Nos canais, serão substituídas mais de 2 mil
metros quadrados de placas. A estação de bombeamento que fica no rio Piranhas/Açu
receberá manutenção.
Conforme Guilherme Saldanha, as quatro piscinas vão
receber revestimento na estrutura de concreto e o polietileno de alta densidade
(enorme lona preta) será substituído. O que existe atualmente nas grandes
piscinas já apresenta vazamentos, desperdiçam água.
Dos quatro investimentos o presidente do Diba destaca a
instalação dos hidrômetros. Este trabalho, que deve ser concluído em no máximo
60 dias, vai acabar com uma briga antiga entre os grandes e pequenos produtores
do distrito irrigado.
Os grandes reclamavam que os pequenos desperdiçavam muita
água. Os pequenos acusavam os grandes de consumir muita água. “Agora cada um
vai pagar pela água que consome, alem de assumir responsabilidades para reduzir
em 10%”, destaca Guilherme Saldanha.
O racionamento é devido ao nível baixo da Barragem
Armando Ribeiro Gonçalves, que pereniza o rio Piranhas/Açu de onde é captado
água para irrigar o projeto. A Barragem armazena 2,4 bilhões de metros cúbicos
de água e está apenas com 38% de sua capacidade.
“Mantendo esta vazão para as cidades e evaporação, a
barragem tem água até março de 2015”, diz Guilherme Saldanha, lembrando que até
o momento não teve problema com captação de água no rio, mas que já estão
racionando na ordem de 10%.
O Diba
O Diba tem 168 pequenos produtores instalados e
produzindo em áreas de até 16 hectares e 12 grandes produtores em áreas bem
maiores. No distrito gera-se pelo menos 3,5 mil empregos diretos. “Dentro do
projeto hoje tem 400 famílias morando”, destaca presidente do Diba Guilherme
Saldanha, lembrando que existe uma preocupação constante com a segurança
interna do projeto. Tem seguranças particulares circulando no projeto.
A área total do Diba é de 7 mil hectares. Deste total,
menos da metade está produzindo e o restante está todo ocioso. Da área que está
produzindo, pelo menos mil hectares se cultiva banana, produzindo 35 mil
toneladas de banana por ano. Também produz sementes de feijão, milho e algodão,
além de feno, melancia, manga, mamão, graviola, limão e coco verde.
Implantado no final da década de oitenta, início dos anos
90, o Diba custou aos cofres públicos federais quase R$ 200 milhões. Consiste
em duas etapas. A primeira deve está em plena atividade até o final de 2014 e a
segunda etapa está sem produzir.
Os canais e piscinas destruídos e a rede
elétrica foi roubada. “Se o governo do Estado pelo menos fizesse a
regularização fundiária da área, dando o título das terras aos produtores, os
investimentos viriam da iniciativa privada para reestruturar a segunda etapa”,
diz o presidente.
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