A respeito do incidente na Padaria Mercatto, envolvendo o
Des. Dilermano Mota, ocorrido no último domingo (29/12/2013), venho a público
externar a minha versão, objetivando esclarecer os fatos.
Por volta das 10 hs, estávamos, eu e minha esposa,
lanchando na Padaria quando presenciamos um senhor, que até então não sabia de
quem se tratava, levantar-se bruscamente de sua mesa e ir de encontro ao garçom
que acabara de servi-lo.
Este senhor, aos gritos, no meio do salão, dizia ao
garçom que este não o havia atendido direito, deixando de colocar gelo em seu
copo, e gritava pelo gerente, exigindo que o punisse naquele momento, e ele
queria presenciar.
Não satisfeito com esse escândalo, este senhor puxou o
garçom pelo ombro e exigiu que lhe olhasse nos olhos e o tratasse como
Excelência, e disse que deveria ‘quebrar o copo em sua cara’.
Tal fato foi testemunhado por dezenas de pessoas que ali
se encontravam. Presenciando aquela agressão injustificada, eu me levantei e
intervi, dizendo ao senhor que ele não poderia fazer aquilo; não poderia
humilhar alguém que estava ali para servir.
Nesse momento, o senhor se voltou contra mim, chamando-me
de “cabra safado”, “endiabrado”, “endemoniado”, que “merecia ser preso”,
chegando, inclusive, a pegar uma cadeira e dizer que iria “quebrar minha cara”,
tendo sido contido por várias pessoas.
Eu repudiei a conduta deste senhor veementemente,
perguntando quem ele pensava que era e se não tinha vergonha de ofender seus
semelhantes daquela forma.
O Desembargador Dilermano Mota, identificando-se como
tal, acionou a Polícia Militar, que deslocou imediatamente quatro viaturas para
atender o chamado, tendo, o oficial que atendeu a ocorrência, depois de sondar
as dezenas de pessoas que se aglomeravam no salão da Padaria, identificado a
inexistência de qualquer crime cometido por mim.
Em razão dos policiais não terem me prendido, o
desembargador, aos gritos, adjetivou-os de “um bando de cagão”.
Devo deixar claro que não conhecia o Desembargador,
tampouco o garçom. A minha atitude de revolta e indignação ao presenciar uma
profunda injustiça foi a de um cidadão consciente, como todos devem ser. E
teria a mesma reação, ainda que não se tratasse de um magistrado. Quem quer
respeito, se dá o respeito.
Finalizo citando Darcy Ribeiro quando dizia “só há duas
opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca”
Alexandre Azevedo
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