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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

PORTALJH - Henrique Alves paga quase R$ 120 mil à agência de sócio do sogro

O presidente da Câmara Federal, o deputado federal potiguar Henrique Eduardo Alves, voltou a ser notícia nacional. Desta vez, os motivos não foram às especulações que ligam o nome dele a candidatura que o PMDB vai lançar ao Governo do Estado. A notícia envolveu, novamente, polêmicos gastos de recursos públicos: o pagamento de R$ 116,4 mil a uma agência de publicidade para a gravação dos dois pronunciamentos em cadeia nacional feitos pelo presidente em outubro e dezembro do ano passado. O detalhe é que essa verba pública foi para as mãos de um marketeiro, sócio do atual sogro de Henrique.

A informação está na edição de hoje da coluna Painel, da Folha de São Paulo. É logo a primeira nota da coluna, assinada pelo jornalista Bernardo Mello Franco. “O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), repassou R$ 116.420 de sua cota parlamentar a um sócio do sogro e do cunhado. A verba pública foi para a Assaf e Sousa Comunicação, que gravou seus dois pronunciamentos em cadeia nacional de TV em outubro e dezembro de 2013. A produtora pertence a Adriano de Sousa e foi contratada sem licitação. Sousa é sócio em outra empresa de Cassiano Arruda e Arturo Arruda – pai e irmão da mulher de Alves (a jornalista Laurita Arruda)”, revelou o colunista.

Os vídeos com duração de alguns minutos mostram o presidente da Câmara Federal falando e, também, algumas imagens de trabalhos legislativos acompanhados de narração. “A assessoria de Alves diz que ele usou sua cota individual, e não a verba da presidência da Câmara, para não ter que fazer licitação. Sua equipe afirma ainda que Sousa foi escolhido porque o deputado já o conhecia e confiava em seu trabalho”, acrescentou o colunista.

Realmente, o valor foi pago com a cota indenizatória. Inclusive, em outubro, O Jornal de Hoje já, inclusive, havia registrado essa “elevação” nos baixos gastos de Henrique Alves com essa verba pública – paga pela Câmara, em caráter indenizatório, para que o deputado desenvolva seu trabalho parlamentar. A notícia foi publicada em novembro, tão logo o valor foi divulgado no site da Câmara Federal.

Para se ter uma ideia do que representa o valor de R$ 116 mil, ele é maior do que tudo o que Henrique Alves gastou durante o ano da cota indenizatória – somando telefonia, despesas com deslocamento, viagens aéreas e publicidade. Todos esses gastos foram inferiores aos R$ 85 mil em 2013.

OUTRAS POLÊMICAS
Apesar de ser econômico nas despesas da cota indenizatória, vale lembrar que essa não é a primeira vez que a utilização de verba pública por Henrique chamou a atenção. Em junho de 2013 (quatro meses depois de assumir a presidência da Câmara), ganhou notoriedade nas páginas dos jornais os gastos dele com decoração da residência oficial. A Casa reservou R$ 8,2 mil para o fornecimento e instalação de 43 m² de cortinas e forros na casa. O tecido das cortinas era linho.

“Fora da residência oficial, a Câmara resolveu renovar as louças e talheres. Serão adquiridas 2.472 xícaras com pires em porcelana para café, por R$ 12,4 mil e 912 para chá, por R$ 8,7 mil. As louças serão da marca Yazi. Mais R$ 10,6 mil foram reservados para a compra de 200 colheres de pau, 912 colheres para café, 1.128 colheres para chá, 3.762 copos de vidro para água e 25 bandejas.

As colheres de pau serão da marca Stolf e as demais da Tramontina. Os copos são da Cisper e as bandejas da Brinox”, narrou a matéria do site Contas Abertas, repercutida e repetida em vários outros jornais e blogs do Rio Grande do Norte, de São Paulo e Brasília.

A família de Henrique Eduardo Alves também foi destacada no mesmo período em 2013, com a divulgação do vôo do presidente da Câmara levando a noiva, o cunhado e outros convidados de Natal para o Rio de Janeiro, para assistir a final da Copa das Confederações. O deputado disse, por meio da assessoria, que “solicitou” o avião porque tinha encontro com o prefeito Eduardo Paes (PMDB) no sábado. “Como havia disponibilidade de espaço na aeronave, familiares acompanharam o presidente em seu deslocamento”, informou.

Em julho, outra polêmica: o interesse de Henrique de contratar carros utilitários esportivos exclusivamente a disposição dele em Natal – um deles até blindado. O custo anual seria de R$ 222 mil. Sete dias depois do lançamento do edital, com a repercussão negativa, o presidente determinou ao diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, que cancelasse a licitação.

portaljh

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