O presidente da Câmara Federal, o deputado federal
potiguar Henrique Eduardo Alves, voltou a ser notícia nacional. Desta vez, os
motivos não foram às especulações que ligam o nome dele a candidatura que o
PMDB vai lançar ao Governo do Estado. A notícia envolveu, novamente, polêmicos
gastos de recursos públicos: o pagamento de R$ 116,4 mil a uma agência de
publicidade para a gravação dos dois pronunciamentos em cadeia nacional feitos
pelo presidente em outubro e dezembro do ano passado. O detalhe é que essa
verba pública foi para as mãos de um marketeiro, sócio do atual sogro de
Henrique.
A informação está na edição de hoje da coluna Painel, da
Folha de São Paulo. É logo a primeira nota da coluna, assinada pelo jornalista
Bernardo Mello Franco. “O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), repassou R$ 116.420 de sua cota parlamentar a um sócio do sogro e do
cunhado. A verba pública foi para a Assaf e Sousa Comunicação, que gravou seus
dois pronunciamentos em cadeia nacional de TV em outubro e dezembro de 2013. A
produtora pertence a Adriano de Sousa e foi contratada sem licitação. Sousa é
sócio em outra empresa de Cassiano Arruda e Arturo Arruda – pai e irmão da
mulher de Alves (a jornalista Laurita Arruda)”, revelou o colunista.
Os vídeos com duração de alguns minutos mostram o presidente
da Câmara Federal falando e, também, algumas imagens de trabalhos legislativos
acompanhados de narração. “A assessoria de Alves diz que ele usou sua cota
individual, e não a verba da presidência da Câmara, para não ter que fazer
licitação. Sua equipe afirma ainda que Sousa foi escolhido porque o deputado já
o conhecia e confiava em seu trabalho”, acrescentou o colunista.
Realmente, o valor foi pago com a cota indenizatória.
Inclusive, em outubro, O Jornal de Hoje já, inclusive, havia registrado essa
“elevação” nos baixos gastos de Henrique Alves com essa verba pública – paga
pela Câmara, em caráter indenizatório, para que o deputado desenvolva seu
trabalho parlamentar. A notícia foi publicada em novembro, tão logo o valor foi
divulgado no site da Câmara Federal.
Para se ter uma ideia do que representa o valor de R$ 116
mil, ele é maior do que tudo o que Henrique Alves gastou durante o ano da cota
indenizatória – somando telefonia, despesas com deslocamento, viagens aéreas e
publicidade. Todos esses gastos foram inferiores aos R$ 85 mil em 2013.
OUTRAS POLÊMICAS
Apesar de ser econômico nas despesas da cota
indenizatória, vale lembrar que essa não é a primeira vez que a utilização de
verba pública por Henrique chamou a atenção. Em junho de 2013 (quatro meses
depois de assumir a presidência da Câmara), ganhou notoriedade nas páginas dos
jornais os gastos dele com decoração da residência oficial. A Casa reservou R$
8,2 mil para o fornecimento e instalação de 43 m² de cortinas e forros na casa.
O tecido das cortinas era linho.
“Fora da residência oficial, a Câmara resolveu renovar as
louças e talheres. Serão adquiridas 2.472 xícaras com pires em porcelana para
café, por R$ 12,4 mil e 912 para chá, por R$ 8,7 mil. As louças serão da marca
Yazi. Mais R$ 10,6 mil foram reservados para a compra de 200 colheres de pau,
912 colheres para café, 1.128 colheres para chá, 3.762 copos de vidro para água
e 25 bandejas.
As colheres de pau serão da marca Stolf e as demais da
Tramontina. Os copos são da Cisper e as bandejas da Brinox”, narrou a matéria
do site Contas Abertas, repercutida e repetida em vários outros jornais e blogs
do Rio Grande do Norte, de São Paulo e Brasília.
A família de Henrique Eduardo Alves também foi destacada
no mesmo período em 2013, com a divulgação do vôo do presidente da Câmara
levando a noiva, o cunhado e outros convidados de Natal para o Rio de Janeiro,
para assistir a final da Copa das Confederações. O deputado disse, por meio da
assessoria, que “solicitou” o avião porque tinha encontro com o prefeito
Eduardo Paes (PMDB) no sábado. “Como havia disponibilidade de espaço na
aeronave, familiares acompanharam o presidente em seu deslocamento”, informou.
Em julho, outra polêmica: o interesse de Henrique de
contratar carros utilitários esportivos exclusivamente a disposição dele em
Natal – um deles até blindado. O custo anual seria de R$ 222 mil. Sete dias
depois do lançamento do edital, com a repercussão negativa, o presidente
determinou ao diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, que cancelasse a
licitação.
portaljh
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