Da Agência Brasil – Atingido por uma estiagem severa nos
últimos dois anos, o Nordeste pode voltar a ter chuvas abaixo da média em 2014.
A previsão é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). De acordo com o
meteorologista Mozart de Araújo Salvador, a temperatura do Atlântico Norte,
cuja alta causou a diminuição das chuvas em 2012 e 2013, continua elevada,
embora em patamar menor que o do ano passado.
Segundo Salvador, caso a situação se mantenha, há chance
de menos chuva do que tradicionalmente. No entanto, não é possível prever a
intensidade de um eventual novo período de seca. “A possibilidade [de estiagem]
não está afastada”, disse ele.
O meteorologista explicou que, em dezembro, quando o
Inmet levantou os dados para seu prognóstico mais recente sobre o Nordeste, a temperatura
do Atlântico Norte estava de 0,5°C a 1°C acima da média. “Espera-se que [a alta
de temperatura] não se intensifique, ou o risco de prejuízos para as chuvas é
grande”, acrescentou.
Salvador esclareceu que, no ano passado, a temperatura do
oceano chegava a 1,5°C acima da média. Para normalização das chuvas no
Nordeste, o ideal é que ela recue nos próximos meses. Uma nova medição será
feita na segunda quinzena de janeiro.
Para o primeiro trimestre deste ano, o Inmet vê 40% de
possibilidade de chuvas dentro da média e 35% de probabilidade de ficarem
abaixo da média para o semiárido do Ceará, do Piauí, da Paraíba, do Rio Grande
do Norte e do norte da Bahia. Existem ainda 25% de chance de precipitações
acima da média.
Em 2012 e 2013, produtores rurais desses e de outros
estados perderam gado e lavoura com a estiagem e tiveram de ser socorridos pelo
governo, que disponibilizou linhas de crédito emergenciais e permitiu a
renegociação de dívidas a agricultores que não puderam honrar os pagamentos em
função das perdas com a estiagem.
Para 2014, o Ministério da Integração Nacional informou
que ainda aguarda dados mais concretos com relação ao panorama relacionado à
seca para definir ações. O órgão informou ainda que, até o momento, não há
decisão sobre renovação das linhas de crédito, mas que é possível aderir à
renegociação de débitos até 30 de dezembro deste ano.
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