A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (18) uma operação
para desarticular uma organização criminosa investigada por fraudes em serviços
públicos como transporte e saúde em dez cidades da região sudoeste da Bahia. A
estimativa é que o grupo tenha desviado cerca de R$ 60 milhões dos cofres
públicos. Entre os investigados estão ex-prefeitos, ex-vice-prefeitos,
ex-secretários municipais e empresários cujas identidades ainda não foram reveladas.
Os policiais saíram às ruas de Vitória da Conquista, Belo
Campo, Bom Jesus da Serra, Dário Meira, Encruzilhada, Paramirim, Poções,
Planalto, Ribeirão do Largo e Tremedal nas primeiras horas da manhã para
cumprir 13 mandados de prisão temporária e 36 mandados de busca e apreensão. Um
primeiro balanço das diligências vai ser feito pelo chefe da Delegacia da PF em
Vitória da Conquista, delegado Rodrigo Kolbe.
Em nota, a PF informou que a Operação Grafaloon é
resultado da apuração de vários inquéritos policiais instaurados desde 2009, a
partir de relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre desvio e
apropriação indevida de verbas públicas federais. Em 2013, a PF e o Ministério
Público Federal (MPF) constataram que vários inquéritos apontavam para o mesmo
grupo criminoso.
O esquema funcionava da seguinte forma: um grupo de
empresários se associava a prefeitos das dez cidades já citadas, além dos de
Anagé e Caraíbas para, por meio da simulação de licitações e contratação de
empresas de fachada, desviar verbas públicas federais das áreas da saúde,
educação e transporte.
O nome da operação é uma alusão a uma lenda norueguesa a
respeito de uma criatura dotada de tentáculos que destrói e mata aqueles que
aparecem no caminho, acumulando sobre si uma camada de cadáveres que o protege.
De acordo com a PF, a quadrilha investigada operava da mesma forma, ampliando a
cada ano a atuação e os valores desviados dos cofres públicos.
A PF já antecipou que os investigados serão indiciados
pelos crimes de fraude em licitações, desvio de verba pública, formação de
quadrilha. Se condenados, podem ser penalizados com até 46 anos de prisão.
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