Um adolescente britânico ouviu dos médicos há dois meses
que tinha apenas três dias de vida, mas surpreendeu a todos com sua
recuperação.
O caso de Deryn Blackwell, de 14 anos, é o único
conhecido no mundo de uma pessoa a ser diagnosticada com leucemia e sarcoma de
células de Langerhans, um câncer raro. O diagnóstico foi feito há três anos e,
durante o tratamento, em dezembro de 2013, ele contraiu outra doença que
atacava seu sistema imunológico debilitado pelos dois tipos de câncer.
Foi então que Deryn ouviu dos médicos que morreria antes
do Ano Novo. Ele foi para uma casa de repouso para pacientes terminais, onde se
preparou, junto a sua família, para o pior. “Ele tinha aceitado e nós tínhamos
aceitado. Deryn até pediu para conhecer o quarto onde ficavam os corpos para
saber para onde seria levado quando morresse”, disse sua mãe, Callie Blackwell,
à BBC.
abendo que não teria muito tempo de vida, o garoto
escreveu uma lista das coisas que gostaria de fazer. Ele conheceu celebridades,
andou em carros velozes e até experimentou uma bebida alcoólica pela primeira
vez.
Deryn também planejou seu funeral e o destino que teriam
suas cinzas – parte seria colocada em fogos de artifício, outra parte em um
canhão e a terceira parte seria atirada de uma montanha na Grécia. Mas seu
corpo começou, inexplicavelmente, a lutar contra as infecções e produzir
hemácias – células vermelhas do sangue – saudáveis novamente.
“Os médicos não sabem explicar, então nem conseguem nos
dar uma ideia do que pode acontecer nas próximas semanas”, diz Callie
Blackwell. “No início foi difícil passar da aceitação de que eu iria perder o
meu filho e não vê-lo crescer para de repente pensar ‘na verdade, talvez eu
veja’.”
O garoto, que chegou a precisar tomar 35 medicamentos
diferentes por dia, agora toma apenas um. Deryn saiu da casa de repouso e agora
frequenta uma academia para melhorar sua resistência física.
“É preciso colocar as coisas em perspectiva. Se você
começa a tossir e reclamar, tem que ver que há outras pessoas, como eu, que
estão em uma situação pior e não estão reclamando. Então a sua tosse não é
assim tão ruim”, disse o garoto à BBC.
Ele continua em tratamento, porque seu câncer ainda pode
retornar. Mas seus pais querem criar uma instituição de caridade em seu nome,
na esperança de que ela seja não somente seu legado, mas o seu projeto de vida.
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