A seca é um problema que atinge nove milhões de pessoas
em 1.400 municípios do país. No entanto, de acordo com o deputado Felipe Maia
(DEM), a imprensa nacional não tem dado a devida atenção que esse assunto
merece. “Tenho acompanhado pelos jornais, por exemplo, o diálogo entre a Fifa e
alguns estados quanto à construção dos estádios, entre outros assuntos que certamente
são importantes para o Brasil. Mas não tenho visto os veículos de comunicação
falarem sobre a seca do Nordeste. Por isso peço que a imprensa se some às vozes
dos parlamentares para chamar a atenção do poder público para este problema tão
grave”, disse o parlamentar em seu pronunciamento na segunda-feira (24).
Em 2013, o Nordeste brasileiro enfrentou uma das piores
secas dos últimos 50 anos. Estimativas da Confederação Nacional dos Municípios
(CNM) indicam que a seca no Nordeste atinge 38% da população do semiárido. A
seca se estende pela área conhecida como Polígono das Secas, que inclui
Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do
Norte e Sergipe; além do norte de Minas Gerais.
O deputado lembrou que a estiagem não é um problema
eventual. Ao contrário, se repete anualmente no Nordeste. O parlamentar
destacou que todos os anos a plantação é devastada, o gado morre, a produção de
leite cai e há problema de distribuição de milho na região. Entretanto, o
governo federal não toma providências para amenizar os efeitos da seca. “Eu não
vejo o governo apresentar obras ou propostas reais para melhorar o problema. E
falo de planejamento e execução. O difícil é pegar R$ 1,7 trilhão que foi
arrecadado em 2013 e transformar em obra. O difícil é diminuir o custeio da
máquina de 39 Ministérios para fazer um açude, para fazer uma barragem, para
concluir a transposição do Rio São Francisco. Aí sim seria um governo
eficiente”, comentou.
10 anos sem obras hídricas
Felipe Maia afirma que o enfrentamento efetivo do
problema da seca envolve a construção de obras hídricas como barragens, a
interligação de bacias a partir do São Francisco e infraestrutura para a
agricultura irrigada. Todavia, segundo dados da CNM, nenhuma barragem importante
foi construída na região Nordeste nos últimos dez anos. As últimas concluídas
foram Serrinha e Jucazinho, ainda no governo FHC.
“De 10 anos para cá nenhuma barragem foi entregue; nenhuma água foi garantida
ao povo do Nordeste, ao povo sertanejo. É fundamental que as obras saiam do
papel e se transformem numa realidade, para que o povo brasileiro possa ter
água todos os dias. As minhas palavras são no sentido de garantir a dignidade
ao povo do Nordeste”, ressaltou
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