a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou
ontem sem restrições a fusão entre a Oi e a Portugal Telecom (PT), que
resultará na CorpCo. O processo de fusão, anunciado em outubro do ano passado,
também avançou na manhã de ontem, com a aprovação de pontos polêmicos em
assembleia de acionistas, apesar da posição contrária de um grupo de
minoritários. À noite, no entanto, oferta pública de ações da companhia,
prevista na união das duas companhias, foi suspensa por até 30 dias pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM, órgão regulador do mercado).
O motivo foram declarações do presidente da Oi, Zeinal
Bava, à imprensa na quarta-feira, 26. Em evento no Rio, o executivo voltou a
defender a fusão com argumentos já apresentados anteriormente, entre eles a
sinergia estimada de R$ 5,5 bilhões
A autarquia veda a manifestação na mídia por participantes de oferta até a
publicação de seu anúncio de encerramento. Em resposta, a Oi divulgou fato
relevante em que informa que irá “apresentar esclarecimentos à CVM na maior
brevidade possível, e buscará sanear qualquer eventual irregularidade”.
A suspensão poderá ser cancelada em até 30 dias se a irregularidade for
corrigida. A reportagem apurou que isso pode ocorrer até em um dia. Em outros
casos, o problema foi resolvido, por exemplo, com a assinatura de um termo de
compromisso com a CVM.
Também ontem, a Anatel aprovou sem restrições a fusão entre a Oi e a PT, que
resultará na CorpCo. O relator da caso, Rodrigo Zerbone, condicionou a operação
à regularidade fiscal por parte da Oi, Telemar Participações e BTG Pactual. A
agência também adotará medidas para acompanhar as mudanças no grupo e
identificar o controle da nova empresa.
Próxima etapa
Os executivos da operadora de telefonia brasileira se preparam agora para a
próxima etapa: a garantia de participação de investidores no aumento de capital
de R$ 14 bilhões - e que depende da oferta de ações suspensa hoje.
Desse total, R$ 5,71 bilhões virão dos ativos da empresa portuguesa. Essa
movimentação deve ocorrer paralelamente às explicações à CVM, para retomada da
oferta.
Antes do anúncio da suspensão, o presidente da Oi voltou a se pronunciar. “Foi
cumprida uma meta importante, mas não é a última meta, ainda temos que fazer o
trabalhos nos mercados capitais”, disse após a assembleia.
O executivo acrescentou que é preciso enfrentar os próximos desafios: “A
operação contempla uma capitalização importante”. A cúpula da companhia inicia
nos próximos dias um “road show” no Brasil e em diversos países, como Estados
Unidos, Chile e Canadá As conversas com investidores já estão ocorrendo e
seguem produtivas, apurou a reportagem.
Parte do aumento de capital já está estruturada. Além dos R$ 5,7 bilhões dos
ativos da PT, estão garantidos outros R$ 2 bilhões, que virão do fundo do banco
BTG Pactual e de acionistas controladores da Telemar Participações. O restante,
entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões, virá do mercado.
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