Em discurso a empresários, na capital paulista, o
pré-candidato do PSB à sucessão presidencial, Eduardo Campos, disse ontem que é
possível reduzir a inflação até o centro da meta oficial, de 4,5% ao ano, até
2018. Segundo ele, há espaço também para que, no mesmo período, o PIB (Produto
Interno Bruto) cresça a 4% ao ano.
Na avaliação dele, para serem alcançados os dois
patamares, é necessário a retomada a credibilidade do governo na área econômica
e assegurado o cumprimento efetivo do tripé macroeconômico (câmbio flutuante,
superávit primário e metas de inflação).
"Precisamos ter um compromisso muito claro com metas
de inflação, que não podem ser as atuais. E olharmos no longo prazo, para
chegarmos até 2018 com a inflação no centro [da meta], em 4%, com crescimento
que deve estar em torno dos 4% e seguirmos um processo que pode ter espaço para
redução de carga tributária", afirmou.
A inflação fechou o mês de março em 6,15% acumulada nos
últimos doze meses. O patamar é próximo ao teto da meta oficial, que é de 6,5%.
"Nós queremos ter metas muito claras e comprometidas
com o sistema de tripé. Ter metas de inflação para serem batidas, não para que
o teto da meta vire o centro da meta", criticou.
O dirigente do PSB participou, ao lado da ex-senadora
Marina Silva, de almoço promovido pelo Lide - Grupo de Lideres Empresariais. No
evento, prometeu, caso seja eleito, apresentar, em modelo fatiado, proposta de
reforma tributária para o país.
Na política externa, defendeu que o país busque acordos
bilaterais, e não fique "preso" ao Mercosul.
"Nós estamos há dez anos presos no Mercosul, em um
debate com a União Europeia. O Brasil não pode prescindir de uma revisão de sua
política externa no que diz respeito a ir buscar as parcerias bilaterais que
possam alavancar as nossas exportações, sobretudo com valor agregado".
O dirigente do PSB voltou a atacar o governo federal e a
base aliada. Segundo ele, que disse no final de semana que mandará o senador
José Sarney (PMDB-AP) para a oposição, "é possível governar o Brasil sem
eles".
"Com todo o respeito aos que estão no governo hoje,
é preciso que se diga: não dá para ter mais quatro anos dessa mesma forma de
governança", criticou. Para combater a corrupção, defendeu que agências
reguladoras sejam dirigidas por profissionais capacitados, e não por indicados
políticos.
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