Realizada entre os dias 23 e 25 de abril de 2014 no IFRN
Campus Natal – Central, a segunda edição do Seminário Internacional Diálogos
com Paulo Freire propôs discussões em torno do tema “Ensinar, aprender: leitura
do mundo e leitura da palavra”. O evento, que tem realização do Sindicato dos
Trabalhadores em Educação Pública do RN em parceria com IFRN e UFRN,
configura-se como um espaço de debates e diálogos que amplificam a discussão em
torno do fazer e do refletir pedagógico a partir do pensamento freireano, da
ótica libertária que o Patrono da Educação Brasileira, Prof. Paulo Freire,
tanto difundiu.
Professoras e professores da rede municipal de educação
de Ipanguaçu participaram do Seminário apresentando, nos círculos de cultura,
seus trabalhos – reflexo das experiências pedagógicas vivenciadas em sala de
aula à luz da teoria freireana e das que com ela dialogam.
A Profª. Aridenis Henrique, coordenadora pedagógica da EM
Francisco Florêncio Lopes (Pataxó), propôs reflexões em torno das práticas de
alfabetização a partir de processos contínuos de formação continuada mediados
pela municipalidade, tendo como foco o GEEMPA e sua própria trajetória como
alfabetizadora. Discutindo sobre a interface Letramento – Alfabetização a
partir do desenvolvimento de sequências didáticas para ensino da leitura e da
escrita, a Profª. Sarah Apoliana, da EM Francisco Targino Nobre (Língua de
Vaca), relacionou autores como Paulo Freire e Magda Soares.
A Jovem educadora, a Profª. Sílvia Siqueira dialogou
acerca da leitura de imagens como caminho para a leitura do mundo na educação
infantil, relacionando o pensamento freireano à experiência com crianças da
creche e da pré-escola I em Língua de Vaca. Ela destaca o seminário como uma
importante experiência, vez que a educação infantil é a base de tudo.
“Chegar ao seminário já foi uma grande vitória, mas poder
falar sobre minha experiência em sala de aula, sobre a importância de levar a
leitura para sala de aula da educação infantil não só através da leitura
escrita, mas também através da leitura de imagens, de formas, sons, enfim, a
leitura de mundo. É uma experiência encantadora, inesquecível e acima de tudo
nos fez perceber mais uma vez que a educação infantil que é a base, cabendo a
nós professores mediar a leitura para que possamos descobrir novos leitores,
pequenos sim, no tamanho físico, mas, grandes em sonhos”, fala a professora que
disse ainda orgulhosa em da cidade, “afinal, Ipanguaçu é a cidade que lê!Mas,
também é a cidade que nos instiga, nos provoca nos leva, nos apoia a gostar da
leitura num todo”, conclui.
A Profª. Adrilene Souza, da EM Adalberto Nobre de
Siqueira (Tabuleiro Alto), debateu sobre as relações entre leitura e literatura
na escola numa ótica de transformação dos sujeitos, a partir da experiência do
projeto “Ler e Sonhar”, que coordena na escola. A Profª. Lidiane Dantas, da
mesma instituição, discorreu sobre o processo de escrita reflexiva na educação
infantil partindo de um trabalho que desenvolve com suas crianças na escrita do
nome próprio, relacionando conceitos de identidade, escrita e leitura de si e
do outro. Suscitando o debate sobre o poder de mobilização afetiva e
humanizadora do texto literário, principalmente o poético, a Profª. Suelly
Oliveira, da EM Profª. Francisca Salete Ribeiro Barreto (Bairro Ilha Grande),
apresentou suas reflexões a partir da experiência da sua própria sala de aula
com o trabalho de formação literária no ensino fundamental; autores como
Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles foram
aprendidos pelas crianças. Por fim, a Profª. Aretusa Sales, técnica pedagógica
da Secretaria de Educação, incitou o debate em torno do processo de formação
inicial do professor de educação básica, tendo como parâmetro articulador o
estágio supervisionado vivenciado na licenciatura.
Segundo a Profª. Jeane Dantas, o desejo de apresentar as
experiências que desenvolvem em suas salas está dentro do coração de cada
educadora e educador. “As professoras representaram Ipanguaçu com
intelectualidade e reflexão. As pesquisas têm grande potencial e os resultados
positivos refletem o empenho e a dedicação de cada uma. Exemplos para todos os
demais educadores da cidade, elas são a prova de que a educação pública pode
fazer, e fazer bem, o seu trabalho, educando na cidadania. Apoiamos toda e
qualquer iniciativa positiva e incentivaremos o surgimento de novos trabalhos e
oportunidades de apresentá-los”, afirmou a secretária de educação.
A secretária adjunta de educação, Profª. Mara Carmelita,
esteve também participando e acompanhando o grupo de professoras, que também
contou com a presença da Profª. Jaiza Lopes Dutra Serafim e do Prof. Cícero
Henrique Rodrigues, na condição de debatedores dos trabalhos nos círculos de
cultura.
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