Vítima de um ato racista na partida entre Barcelona e
Villarreal no último domingo, pelo Campeonato Espanhol, o brasileiro Daniel
Alves surpreendeu o mundo com uma reação inusitada, bem-humorada e que gerou
repercussão global de repúdio ao racismo no futebol. Comer a banana atirada por
um torcedor adversário foi, segundo o atleta, a solução encontrada para
responder de forma positiva uma atitude lamentável. Em entrevista à Rádio Globo
nesta segunda-feira, Daniel revelou que a ação não foi premeditada, surgiu na
hora.
- Ofensas só chegam se o receptor se sente ofendido. Eu
não estava preocupado com a repercussão. Estava preocupado em defender um gesto
negativo com um gesto positivo. Foi uma reação totalmente espontânea, puro
instinto – revelou o lateral da seleção brasileira, que também comentou a
repercussão que o caso ganhou nas redes sociais e a campanha
#somostodosmacacos, lançada pelo amigo e companheiro de clube e seleção Neymar,
compartilhada por atletas e personalidades no mundo todo.
- Acho que seria interessante (organizar uma campanha), e
tomar decisões rigorosas a este respeito. Aconteceu em encontros de
companheiros e já conversamos sobre isso. Pensamos numa campanha. O mundo
evoluiu e temos que evoluir com ele. É um tipo de mentalidade que não soma.
Seja no futebol ou na vida normal, temos que evoluir com isso - disse o
jogador.
Brasileiro sugere medida educativa para dar fim ao
racismo
Segundo o Villarreal, o torcedor que jogou a banana em
Daniel Alves não poderá mais frequentar o estádio El Madrigal. O clube
informou, em nota oficial divulgada no seu site, que identificou o autor do
gesto racista e resolveu punir o torcedor retirando dele o carnê de sócio e o
banindo do estádio pelo resto da vida. Mas para o brasileiro, outra medida
deveria ter sido tomada e, a partir de agora, pode ser adotada em caso de novos
episódios de discriminação racial.
- Tinham que colocar a foto dele (o torcedor) em
público, só pra envergonhá-lo. Acho que banir ele do futebol não é a solução.
Com isso você está pagando o mal com mal. Você tem que educar as pessoas.
Tinham que fazer ele refletir sobre essa atitude dele. Temos que abrir a mente
e tentar entender que somos todos iguais. Não existem cores e raças. Por
dentro, temos a mesma cor de sangue - desabafou Daniel.
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