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sexta-feira, 4 de abril de 2014

NATAL - Mulher de 1,20 de altura dá à luz a trigêmeas na maternidade Januário Cicco

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Nasceu no final da tarde desta quarta-feira, dia 2 de abril, as trigêmeas filhas de Maria Dulcineia da Silva, de 35 anos, que ficou popularmente conhecida na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) como “Joaninha”, em função da sua baixa estatura. Maria Dulcineia é uma anã com 1,20 metro de altura. 

Este é o primeiro caso de uma gestação trigemelar de uma paciente anã realizado na Maternidade. As três filhas – Maria Eduarda, Maia Helena e Maria Luiza – como nasceram prematuras, estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. Duas estão na Maternidade e uma está na UTI Neonatal recém inaugurada do Hospital Infantil Varela Santiago.

A pernambucana Joaninha mora em Natal, no Planalto, há mais de vinte anos, conta que sempre pensou em ser mãe, mas acreditava que dificilmente engravidaria. “Sempre quis ser mãe. Na verdade, eu sempre fui mãe dos outros, pois ajudei a criar meus sobrinhos e primos, mas não acreditava que podia ser mãe”. Ela descobriu que estava grávida quando foi fazer um tratamento renal. “Quando soube tive um choque. Um choque triplo quando descobri que era três de uma vez só. Durante a gravidez sempre estive muito ansiosa por ver o rostinho dela e agora eu choro porque ainda não consegui ver o rostinho delas”, disse.

O pai dos filhos de Joaninha a abandonou assim que soube da gravidez. Eles moraram juntos por mais de um ano. Amigos e familiares que a ajudaram a criar as três meninas. “Não estou pensando em dar minhas filhas. Elas são minhas e não está a venda. Graças a Deus elas nasceram bem, com saúde e não vejo a hora de tê-las em meus braços”, ressaltou. Joaninha vem recebendo inúmeras ajudas.

O diretor da Maternidade, Kleber Morais, conta que em função da prematuridade e por se tratar de uma gravidez de alto risco trigemelar foi necessário realizar o parto na tarde de ontem.

As crianças nasceram com 29 semanas e cinco dias pesando 1,065 kg, 1,066 kg e 1,090 kg e devem permanecer na UTI Neonatal por, pelo menos, dez semanas, até atingirem o peso ideal. Durante esse período, Joaninha fica internada na Maternidade como mãe-acompanhante. “É comum que crianças prematuras ao nascerem fiquem em leitos de UTI. Lá elas já estão sendo medicadas para melhorar a parte respiratória. Esperamos que a evolução seja a melhor possível. Eles devem ficar na UTI o tempo suficiente para completar as 40 semanas de gestação, como se estivesse dentro da barriga”, afirmou o diretor da Maternidade Januário Cicco, Kleber Morais. “O que mais me impressionou é que apesar das dificuldades e limitações, ela consegue ver a vida de uma forma colorida, enquanto muitas pessoas preferem olhar a vida apenas no preto e branco”.

A obstetra Patrícia Fonseca Bezerra, chefe da Enfermaria de Alto Risco da Maternidade, conta que após o parto, Joaninha passa bem. Ontem, a paciente estava com problemas respiratórios por conta da compressão da barriga, o que acelerou a necessidade de realização do parto. A gravidez de Joaninha era de alto risco por se tratar de uma portadora de nanismo, por ser trigemelar e por ela ser fumante. A médica disse que por enquanto não foi identificada nenhuma característica de que as crianças também sejam portadoras de nanismo. “A gravidez já estava comprometendo as vias respiratórias da paciente e poderia afetar as crianças. Vimos também que os bebês não estavam crescendo como o esperado e decidimos fazer o parto. Agora, os bebês estão bem, mas requer cuidados. Toda prematuridade requer cuidados, por isso a necessidade de se ficar em um leito de UTI Neonatal”, disse a obstetra.

A comunicadora e professora Régia Silveira conta que conheceu a história de Joaninha pela televisão. “Assim que vi me apaixonei. É uma história emocionante. Fui até a casa dela e conheci um pouco mais da história de vida dela e não tem como não se emocionar e querer ajudar”. Em fevereiro, Régia Silveira realizou uma festa de aniversário beneficente, em que arrecadou 1.300 fraldas para doar para as filhas de Joaninha. “Sou cristã e vivo para servir. Fazer pelo próximo é uma forma de também estar fazendo para Cristo”, afirmou Régia Silveira, que faz parte da Paróquia São João Batista, em Lagoa Seca.

Recentemente, a esposa do jogador do Real Madrid, que conheceu a história de Joaninha pela internet, entrou em contato com Setor de Serviço Social da Maternidade Januário Cicco e fez uma doação a ela. Desempregada, Joaninha ainda precisa da ajuda e doações das pessoas. Agora, ela precisa de leite nestogeno, além de fraldas. As doações podem ser deixadas na recepção da Maternidade, aos cuidados de Maria Dulcineia da Silva.

 portal jh

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