O vereador Marcos Antonio (PSOL) acusou a vice-prefeita
de Natal, Wilma de Faria (PSB), e o presidente da Câmara, Albert Dickson
(PROS), de “irresponsáveis”, e pediu a punição de ambos, pela Justiça e pela
população que os elegeu, em função de terem renegado a condição de substitutos
constitucionais do prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) durante ausência deste
da cidade. Na visão do vereador, Wilma e Albert utilizam o cargo como trampolim
eleitoral – ambos serão candidatos nessas eleições – e não a serviço da
população. Ele pede a renúncia de ambos.
Wilma e Albert se eximiram de assumir a Prefeitura de
Natal durante a viagem do prefeito Carlos Eduardo à Europa. Na oportunidade, a
cidade ficou acéfala, até a determinação do juiz Luiz Alberto Dantas, de uma das
varas da Fazenda Pública de Natal, determinar a posse do segundo vice da Câmara
Municipal, vereador Júlio Protásio (PSB). A posse de Júlio ocorreu após Wilma e
Albert informarem à Justiça que estavam fora da cidade. Oficialmente, Wilma e
Albert alegaram compromissos anteriores. Extraoficialmente, a vice-prefeita e o
presidente da Câmara abdicaram de assumir para não ficarem incompatíveis com a
eleição deste ano. Wilma deverá disputar o Senado e Albert, a Assembleia
Legislativa.
“Ambos foram irresponsáveis e desrespeitosos com a
população de Natal, porque eles foram eleitos, o povo delegou a eles para eles
assumirem essas prerrogativas”, disse Marcos, em entrevista ao RN em Debate, da
TV União. “Eu acho que foi uma irresponsabilidade total de todos os envolvidos
no caso, o prefeito, a vice-prefeita, o presidente da Câmara, além de uma
irresponsabilidade uma falta de respeito com a população”, acrescentou.
VERBA PÚBLICA
Marcos Antonio foi mais crítico em relação à suposta
omissão de Wilma de Faria. Segundo ele, o Gabinete da Vice-Prefeita recebe R$
124 mil por mês para ela ser vice. Na visão do vereador, se não é para ser
vice-prefeita, assumindo o cargo na ausência do titular, Wilma deve renunciar
ao mandato. “É um absurdo porque o gabinete dela recebe R$ 124 mil por mês
somente para assumir essa atribuição, e quando chega na hora de assumir ela se
esquiva e não assume. Eu acho que a Justiça deveria entrar com um processo, a
população de Natal – ela está querendo ser candidata – deveria julgá-la por
isso”, afirmou.
Ainda segundo Marcos Antonio, Natal elegeu Wilma e Albert
para eles cumprirem a responsabilidade deles. “E na hora em que você se escusa,
você se omite, você está relegando e desrespeitando a decisão da população.
Está demonstrando que não tem apreço pela cidade. Que não tem respeito pela
atribuição. E digo mais, que é muito bem, e regiamente pago pela população para
isso. Então eu penso que o juiz deve se aprofundar nesse assunto e até na
questão de inelegibilidade dos dois”, afirmou.
“Com todo dinheiro e poder,
Henrique Eduardo não ganha essa eleição”
Marcos Antonio criticou, ainda, a candidatura do
presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), a governador
do Estado. Segundo ele, “mesmo com todo o dinheiro e com todo o poder que o
senhor Henrique diz ter, a população de Natal não vai o eleger”, afirmou.
“Fala-se que o que ganha política é dinheiro, mas eu não
acredito só nesse fator. Eu não acredito que, mesmo com todo o dinheiro e com
todo o poder que o senhor Henrique diz ter, que a população de Natal vai o
eleger, a não ser que queira instalar um novo caos no Rio Grande do Norte,
porque se ele tivesse competência, se ele tivesse compromisso, boa vontade
política com o Rio Grande do Norte, ele já teria feito alguma coisa no Estado
há muito tempo. Esse senhor não passa de um estrangeiro aqui”, criticou, mais
uma vez, duramente, o presidente da Câmara, o vereador Marcos Antonio.
Há um mês, Marcos Antonio criticou o líder do PMDB
potiguar, afirmando se tratar de um a “parasita da política” no Rio Grande do
Norte. Agora, o vereador volta à carga: “Eu ando nas ruas e, do botequim aos
shoppings mais requintados da nossa capital eu não vejo voto em Henrique, é uma
rejeição”, disse, ao abordar as vaias que o presidente da Câmara recebeu nesta
quarta, durante a final do Estadual de Futebol, na Arena das Dunas.
“Esse senhor nunca produziu nada para a sociedade, que
não seja politicagem barata, rasteira, mesquinha e pequena. Passou 44 anos como
deputado federal e os projetos que ele tem são insignificantes, são
paupérrimos. O que ele trouxe para o Rio Grande do Norte foi o atraso que nós
temos hoje, com uma população que está 34% na pobreza absoluta e 17% na pobreza
extrema, que é você sobreviver com menos de US$ 70, ou seja, com menos de R$
150 por mês”, apontou Marcos Antonio.
Para ele, “Henrique é um cidadão que nunca deu um prego
numa barra de sabão, é um profissional da política”, disse. “44 anos é tempo
mais do que suficiente para se avaliar um cidadão. Se esse cidadão, em 44 anos,
não produziu nada, a população do Rio Grande do Norte tem mesmo é que
manifestar nas urnas o que a gente sabe nas ruas”, disse. Segundo Marcos
Antonio, “se Henrique tivesse competência, se tivesse compromisso, boa vontade
política com o Rio Grande do Norte, já teria feito alguma coisa no Estado há
muito tempo”.
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