A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) acredita que o DEM
exercerá papel protagonista nas eleições deste ano. “Eu acho que o DEM sempre
teve uma posição na linha de frente. Eu não acredito, de forma nenhuma, que o
partido queira, agora, ficar na retaguarda, como apêndice de qualquer
coligação”, afirmou, durante entrevista ao Jornal da Cidade (94 FM), na manhã
de hoje.
O presidente do DEM, José Agripino, já avisou: tem
simpatia pela candidatura do presidente da Câmara, Henrique Alves, a governador
do Estado. Para tanto, topa apoiar até a algoz política número 1 de Rosalba, a
ex-governadora Wilma de Faria (PSB), para o Senado. Para tanto, o DEM teria que
enterrar a possibilidade de Rosalba se candidatar à reeleição. Tal projeto do
DEM teria como fundamento facilitar a reeleição dos atuais deputados estaduais
e federal da legenda.
Rosalba, contudo, não aposta nisso. “O DEM sempre esteve
à frente. O DEM realmente representa, no nosso estado, historicamente, uma
parcela muito significativa da população. Mas está tudo muito cedo”, disse, ao
ser abordada sobre a possibilidade de vir a ser candidata à reeleição ou não.
Instada a dizer se o DEM deve ter candidato próprio,
Rosalba declarou se tratar de uma decisão que necessita contar com a
participação do eleitorado. Segundo a governadora, a população está
acompanhando o comportamento da classe política. Ela deixou nas entrelinhas que
o povo poderá rejeitar eventual posição estranha do DEM.
“O DEM sempre teve essa posição. É algo que a população,
de uma maneira geral, está analisando, ouvindo. Eles dizem: mas como é possível
agora, o DEM que já teve tantos governadores, sempre presente de forma muito
participativa, no Senado, agora como vai focar? É uma coisa a ser analisada”,
disse.
Rosalba criticou o modo pelo qual os líderes políticos
(DEM incluso?) estariam conduzindo a formalização de alianças políticas. “Não
existe voto de cabresto”, afirmou. “O povo, hoje, é informado. Participa,
chegam informações pela internet, pela TV, pelo rádio. Ele está muito mais
participativo e muito mais independente”, ressaltou. “Este é um momento de
amadurecimento da democracia e a população está começando realmente a
participar”.
Rosalba criticou os que deram as costas a ela,
politicamente. Segundo ela, estes deram as costas ao Rio Grande do Norte. A
referência da governadora cabe especialmente ao PMDB do presidente da Câmara
dos Deputados Henrique Alves e do ministro da Previdência Garibaldi Filho, que
rompeu com o governo em setembro do ano passado, e o PR do deputado federal
João Maia, que acompanhou o PMDB rompendo no início deste ano. “Eu acho que dar
as costas à governadora é estar dando as costas para a solução de problemas do
Rio Grande do Norte”, afirmou.
IMPEACHMENT
Sobre o pedido de impeachment que tramita na Assembleia
Legislativa, a governadora afirmou aguardar o desfecho “sem nenhum susto”. Para
ela, “se tivesse tido um escândalo, como em governos passados, todo mundo teria
tomado conhecimento e nós temos tido todo o cuidado de fazer com que no governo
não haja nenhuma dúvida sobre essa determinação de transparência e
honestidade”, destacou.
Rosalba afirmou que está “tomando medidas muito duras,
antipáticas, antipolíticas, para tentar organizar o estado, tirá-lo da situação
em que se encontra, inadimplente e incapaz de fazer qualquer empréstimo, de
receber novos convênios, porque a ficha do estado estava suja, com problemas no
Tribunal de Contas, de convênios e obras paralisadas”.
A governadora disse ainda acreditar “na maturidade e na
responsabilidade que tem aqueles que representam o povo na Assembleia
Legislativa”. Segundo ela: “Você não pode chegar e querer de toda forma
incriminar quem não fez crime; aí é injustiça e eu não acredito que no Brasil
de hoje e os políticos que estão na Assembleia, com a responsabilidade que eles
têm de parlamentares, deixem-se levar, senão por aquilo que é de direito. E eu
tenho certeza e a consciência tranquila de que realmente estamos trabalhando
com seriedade”.
“População de Mossoró não aceitou acordão”
Sobre o resultado do pleito suplementar mossoroense,
Rosalba disse que a população deu uma resposta, ao eleger Francisco José Júnior
(PSD), candidato do vice-governador Robinson Faria (PSD), e derrotar a
candidata Larissa Rosado (PSB), do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique
Alves (PMDB), da vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB), e do deputado
federal João Maia (PR).
Segundo Rosalba, o PMDB de Henrique e o PR de João Maia,
há pouco mais de um ano, apoiou a candidata Claudia Regina (DEM), que nesta
eleição foi impedida pela Justiça de se candidatar novamente. Agora, PMDB e PR
mudaram completamente de posição e decidem apoiar a candidata adversária,
Larissa Rosado.
“A população deu a sua resposta. Não aceitou o acordão
que aconteceu na nossa cidade”, disse. “Na eleição de 2002, o PMDB indicou o
vice na chapa de Cláudia; havia uma coligação com o DEM. Nesta eleição, o PMDB
foi para o lado exatamente da adversária ferrenha de Cláudia, que é Larissa, se
unindo ao PSB, com o PR, que também esteve com Cláudia na eleição passada, e
Larissa, em vez de aumentar os votos, reduziu”, afirmou.
Rosalba disse não se sentir derrotada com a vitória de
Francisco José Júnior. “De forma nenhuma. Porque nós sempre tivemos em Mossoró
uma posição. Você sabe que lá o grupo ligado à deputada Larissa, Sandra, Laíre,
sempre foram os nossos adversários, como agora quando Cláudia venceu a eleição
venceu exatamente combatendo esse mesmo grupo, que foi o grupo que entrou com
todas as ações que inviabilizaram a continuidade de Cláudia na administração”,
declarou.
Migração
Para a governadora, com a orientação de votar nulo,
muitos votos de Claudia Regina migraram para Francisco José Júnior. “Cláudia não
foi mais candidata, migraram naturalmente para Francisco José, com quem nós
sempre convivemos, tivemos um bom relacionamento, e que realmente eu já tive
com ele em outras campanhas”, disse a governadora, destacando que terá postura
de “parceria” com o prefeito.
“Francisco José pode esperar o trabalho, a união, isso
não há nenhuma dificuldade. Pelo contrário. Acho que é o nosso dever, é dar as
mãos para trabalhar por Mossoró. Na realidade, eu disse isso, que fosse quem
fosse eleito, não haveria nenhuma dificuldade nas parcerias administrativas”,
afirmou.
Rosalba evitou responder se houve desejo de mudança em
Mossoró, conforme sugeriu o vice-governador Robinson Faria em entrevista ontem
ao Jornal de Hoje. Para ela, esta eleição foi “atípica”. “Na realidade, acho
que o eleitor de Mossoró, de 88 até 2012, quer quem trabalha e quem demonstra
amor e já tem serviços prestados à cidade. O eleitor votou em um rapaz da
terra, que é político há um certo tempo, filho de um ex-deputado também da
terra e que depois de quatro mandatos de vereador agora é prefeito da cidade”.
A governadora lamentou o fato de Claudia Regina não ter
obtido o registro na Justiça para se candidatar. “Eu vou dizer com toda a
honestidade: minha candidata era Cláudia, eu realmente gostaria muito que ela
tivesse tido a oportunidade de ser julgada pelo povo”.
portaljh
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