O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo
Alves, fez nesta quarta-feira (25) pronunciamento em cadeia nacional de rádio e
televisão para apresentar um balanço dos trabalhos legislativos do primeiro
semestre do ano e defender a importância do Congresso Nacional para a
democracia brasileira.
Alves afirmou que o Legislativo é um poder aberto às
pressões “legítimas” da sociedade. “Aceitamos a crítica justa e equilibrada,
mas repudiamos juízos generalistas e apressados, que atingem irresponsavelmente
a imagem do Legislativo. Não queremos complacência. Queremos o respeito devido
à Casa do povo brasileiro”.
Em seu balanço, o presidente da Câmara destacou que, ao
longo dos últimos meses, foram votados diversos projetos que fizeram o Brasil
avançar nos campos social, econômico e institucional. “Isto só aconteceu porque
contamos com a colaboração dos líderes partidários e de todos os deputados. Foi
um paciente trabalho de diálogo interno, de interação com a sociedade, com
reflexos positivos na vida dos brasileiros”, afirmou.
Educação
A decisão mais importante da atual legislatura, segundo Alves, foi a
aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), que obriga o governo federal a
destinar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) à educação. “O investimento
permanente vai garantir a realização das metas do PNE, entre elas a de colocar
na escola todas as crianças de 4 e 5 anos, triplicar as vagas no ensino
profissionalizante e erradicar o analfabetismo”, destacou o presidente da
Câmara.
O presidente lembrou ainda a aprovação do projeto que
libera a publicação de biografias sem autorização prévia (PL 393/11) e do marco civil da internet (Lei 12.965/14), que assegura a neutralidade e a
liberdade na internet, “o que fez do Brasil o país pioneiro nesse campo”.
Henrique Eduardo Alves também destacou o trabalho pelo
fortalecimento da indústria da informática, ao prorrogar por 15 anos a redução
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor. “Garantimos
também a prorrogação, por mais 50 anos, da Zona Franca de Manaus [PEC 103/11] e ampliamos o alcance do Supersimples para
empresas e profissionais liberais de várias áreas [PLP 221/12].”
Direitos sociais
No campo dos direitos sociais e trabalhistas, Alves lembrou que a Câmara aprovou a lei de cotas nos concursos para o serviço
público, já sancionada pela presidente Dilma Rousseff. De acordo com
a regra, 20% das vagas serão de candidatos que se declarem negros ou pardos.
“Na votação, inclusive, passei a Presidência da Câmara para a deputada Benedita
da Silva [PT-RJ]”, lembrou o presidente da Casa.
Ele salientou ainda a instituição do piso salarial nacional de R$ 1.014 para os
agentes comunitários de saúde e de endemias (Lei 12.994/14). “Ouvimos o clamor da sociedade e aprovamos leis que
fortalecem a cidadania ou restringem práticas questionáveis”, assinalou o
presidente da Câmara. Uma das propostas aprovadas restringe o uso
indiscriminado de animais em testes na indústria de cosméticos (PL 6602/13). O texto passou pelo Plenário da Câmara e aguarda
análise no Senado.
Violência contra crianças
Outra proposta considerada importante por Alves é a que cria a chamada Lei
Menino Bernardo, que garante a crianças e adolescentes o direito de serem
educados sem receber castigos físicos e tratamento cruel ou degradante (PL 7672/10). A proposta aguarda sanção da Presidência da República.
Alves destacou também a aprovação de proposta que obriga a União, os estados e o
Distrito Federal a garantir a presença de defensores públicos em todas as
comarcas (Emenda Constitucional 80) e o novo Código de Processo Civil (CPC),
que foi aprovado pela Câmara e retornou ao Senado.
Marcha dos prefeitos
Henrique Alves ainda ressaltou a participação da Câmara na Marcha dos Prefeitos
em Brasília. “Avançamos com o trabalho para aprovar a emenda constitucional
(PEC 406/09) que aumenta os percentuais do Imposto de Renda e do
IPI destinados ao Fundo de Participação dos Municípios [FPM]”. Quando aprovado,
segundo o presidente da Câmara, o acréscimo de 2% significará mais R$ 7 bilhões
por ano no orçamento das cidades, que enfrentam graves dificuldades
financeiras.
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