A chapa pré-formada por Henrique Eduardo Alves (PMDB),
João Maia (PR) e Wilma de Faria (PSB) chegará à campanha eleitoral com, pelo
menos, R$ 85 mil em multas por propaganda eleitoral antecipada. Nesta
terça-feira, o pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) manteve a decisão do
juiz eleitoral Marco Bruno Miranda sobre o evento do PMDB, realizado em março,
e aumentou a punição para o encontro realizado pelo PR, em abril – estendendo a
aplicação de multa aos demais envolvidos. Nos dois eventos, os três
pré-candidatos fizeram, segundo a Justiça Eleitoral, propaganda extemporânea.
Mesmo acrescida, a punição com referência ao evento do PR
foi mais branda que a aplicada aos mesmos envolvidos no evento do PMDB.
Henrique, João Maia e Wilma foram punidos em, apenas, R$ 5 mil cada um. Essa é
a menor multa que se pode aplicar por propaganda antecipada – a máxima é de R$
25 mil.
Por outro lado, o TRE manteve a outra decisão de Marco
Bruno Mirada sobre o evento do PMDB, confirmando as multas de R$ 25 mil para o
Diretório Estadual peemedebista e ao pré-candidato a governador, Henrique
Eduardo Alves. Wilma, pré-candidata ao Senado, foi multada em R$ 15 mil, e João
Maia, pré-candidato a vice, em R$ 5 mil.
As punições são consequência não da forma como os eventos
ocorreram – praticamente a mesma – mas sim do apelo midiático que eles tiveram.
O primeiro, do PMDB, realizado no dia 28 de março, no hotel Praiamar, em Ponta
Negra, teve até transmissão em tempo real, no site do jornal Tribuna do Norte e
veiculação intensiva na Rádio Globo Natal, ambos ligados a família de Henrique.
“Na programação da emissora de rádio, chegou-se até mesmo
a reproduzir trechos do discurso de Henrique Eduardo Lyra Alves, que não ficou,
portanto, restrito aos correligionários e filiados dos partidos representados,
atingindo eleitores indistintamente”, relembrou Marco Bruno na decisão,
acrescentando que houve “ainda a maciça divulgação do evento em inúmeros meios
de comunicação não pertencentes ao grupo familiar de Henrique, pelo que não há
dúvida de que se transbordou claramente da esfera interna do PMDB para se
projetar ao eleitorado em geral”. “Ouso afirmar que, neste caso, houve a
efetiva realização de um comício”, ressaltou Marco Bruno.
No caso do evento do PR, realizado no dia 5 de abril, na
sede social do América Futebol Clube, segundo a Procuradoria Regional Eleitoral
(PRE), a finalidade era difundir os programas da sigla, mas foi desvirtuada,
“convertendo-se em um lançamento antecipado de candidatos em momento vedado
pela legislação eleitoral, isto é, antes do dia 6 de julho de 2014″.
“Cuidou-se, assim, de um evento pessoalizado, tendo como
figuras centrais as pessoas de Henrique Alves, João Maia e Wilma de Faria.
Todos os discursos, tanto os do locutor do evento quanto os dos representados,
faziam questão de repetir, desnecessária e exaustivamente, os nomes dos
representados; utilizavam-se de linguagem na primeira pessoa do plural,
enfocavam as histórias de vida e as conquistas políticas dos representados; e
insinuavam a todo momento, de uma maneira global e sugestiva – por meio da
divulgação velada de suas pré-candidaturas – que a eleição conjunta dos mesmos
seria a solução para os problemas enfrentados hoje pelo Estado Rio Grande do Norte”,
destaca trecho da representação, assinada pelo procurador eleitoral auxiliar,
Kleber Martins, procurador auxiliar responsável pela representação contra os
envolvidos.
Segundo a PRE, os chamados encontros estaduais do partido
devem englobar tratativas sobre a organização dos processos eleitorais,
discussão de políticas, planos de governo ou alianças partidárias visando às
eleições. “O evento que denominou de Encontro Estadual do partido, na
realidade, revelou-se como sendo nada mais do que um comício antecipado do trio
formado pelos três primeiros representados. Ora, da análise do teor dos
discursos que nele tiveram lugar, vê-se, sem dificuldade, que o único e
exclusivo objetivo do evento foi a promoção das imagens pessoais e eleitorais”.
No entanto, o encontro do PR, assim como o realizado pelo
PMDB, se deu em ambiente aberto, com acesso livre a qualquer pessoa, sem
qualquer espécie de controle da entrada, tanto que uma equipe de servidores da
Procuradoria Regional Eleitoral compareceu e filmou integralmente o evento.
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