O nome do líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS),
é o favorito para ocupar a vaga de vice-presidente na chapa que deverá ser
encabeçada pela ex-ministra Marina Silva. De acordo com dirigentes do PSB,
Albuquerque só não foi anunciado ainda porque o partido quer ouvir a viúva
Renata Campos, visto que a candidatura dela é defendida por uma pequena ala da
legenda.
Segundo a cúpula do partido, todos os fatores levam para
a escolha de Albuquerque. Ele é um militante orgânico do PSB, teve uma forte
ligação com Eduardo Campos, tem diálogo fácil, é respeitado por Marina e teria
a capacidade de, sempre que for preciso, fazer com que a ex-ministra se lembre
de que é do PSB e não da Rede Sustentabilidade. Albuquerque já disse que Marina
terá de esquecer a Rede nesse período. Os dois tiveram um encontro na
quinta-feira, um dia depois do acidente aéreo que matou Campos.
Candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul, Albuquerque
aparece em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de votos. À frente dele
estão Lasier Martins (PDT) e Olívio Dutra (PT). Ele disputa o Senado numa
coligação com o PMDB. Sendo o escolhido para a vice, deverá deixar a vaga para
o senador Pedro Simon (PMDB), que tinha cedido o lugar para ele.
A direção do PSB descartou a possibilidade de anunciar
hoje, após o enterro de Campos, a decisão sobre a chapa. De acordo com
integrantes do partido, mesmo o anúncio de Marina ainda depende de alguns
ajustes e fechamento de compromissos, como o de que ela não vai interferir em
alianças regionais patrocinadas por Campos, como a de São Paulo, onde o PSB
lançou o deputado Márcio França a vice do tucano Geraldo Alckmin, e do Rio,
onde o partido apoia a candidatura do petista Lindbergh Farias.
A intenção do PSB é anunciar a chapa Marina Silva-Beto
Albuquerque na próxima quarta-feira, durante reunião da Executiva nacional da
sigla, em Brasília.
Na família de Campos não há resistências ao nome de
Albuquerque. Amigos de Renata, a viúva, e do irmão Antonio Campos, o primeiro a
lançar o nome de Marina para a cabeça de chapa, relatam que ambos apoiam a
escolha de Albuquerque. O nome de Renata foi cogitado - e ainda é - para a vice
porque representaria a lembrança constante do ex-governador. Mas ela tem um
filho de seis meses e teria dificuldades de se ausentar para a campanha,
segundo pessoas que conversaram com ela. Além disso, há o desgaste emocional
causado pela perda do marido.
Outro nome do grupo ligado a Campos cotado é o
ex-deputado Maurício Rands, responsável pelo programa de governo do PSB. Ele
era do PT, mas abandonou o partido quando os petistas e Campos romperam as
relações.
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