Além de terem saído de “cabeça pesada” pela derrota por 3
a 0 para o Fluminense, nesta quarta-feira (6), pela Copa do Brasil, no Arena
das Dunas, alguns torcedores do América ainda precisaram de atendimento médico
depois de uma confusão entre policiais militares e membros de uma torcida
organizada do clube. Por causa do incidente, a PM pedirá ao Ministério Público
a suspensão da torcida dos estádios.
“Tudo que a polícia fez foi reagir a uma ameaça dos
torcedores. A primeira defesa dos policiais foi utilizar o spray de pimenta,
infelizmente acabou atingindo algumas pessoas que não tinham relação alguma com
o problema. Mas os policiais fizeram de tudo para que nenhum inocente fosse
atingido”, afirmou o major Marlon de Góis, subcomandante do Batalhão de Choque da
PM (BPChoque) e que estava de serviço na partida.
O motivo de toda a confusão foi uma faixa com a frase
“Falsos Potiguares, Vergonha do RN”, uma alusão ofensiva as pessoas do Estado
que torcem por times de fora. Apesar das imagens da TV terem mostrado o
problema que aconteceu apenas durante o intervalo do confronto, a PM destacou
que desde o início do duelo os torcedores foram alertados para retiraram a
faixa. “Sempre que as organizadas vão para o jogo, elas nos listam o que irão
levar para o estádio. Essa faixa não estava autorizada. Em um primeiro momento
a segurança privada pediu para que eles retirassem a faixa. Eles tiraram, mas
aí levaram para o local da torcida organizada e abriram a faixa. Aí a PM foi
acionada para resolver o problema”, frisou o major Marlon, que afirmou que a
reação da PM se deu depois de um policial ter sido agredido.
“Os policiais foram lá e estavam conversando com os
torcedores para que eles entregassem a faixa, pois quando a PM chegou eles
esconderam a faixa. De repente um torcedor mais exaltado agrediu um de nossos
policiais. Foi aí que utilizamos o spray. Os policiais estavam armados com
cassetete, mas não utilizaram essa arma. No final, apesar de toda a confusão,
os problemas foram bem menores do que se os policiais tivessem partido para
revidar, utilizando os cassetetes. Nós temos as imagens dos policiais machucados
e de toda a confusão e vamos incluí-las no relatório final que iremos enviar
para o Ministério Público”.
Por fim, o major destacou que a PM é contrária ao consumo
de bebida alcoólica dentro dos estádios. “Percebemos que dentre esses
torcedores que estavam na confusão, muitos estavam alterados e consumindo
bebidas alcoólicas. Já falamos diversas vezes que a bebida potencializa a
agressividade nas pessoas e isso deveria ser evitado nos estádios. Infelizmente
existe uma determinação que libera o consumo”.
Torcedores postam vídeo
e se revoltam nas redes sociais
Apesar das explicações da PM, torcedores que presenciaram
a cena contaram versões diferentes nas redes sociais. “Esses soldados precisam
fazer curso para aprender a agir em eventos de grande público. Hoje em dia os
caras só sabem balançar a cabeça e dar porrada. Tem que ter discernimento,
estudar e aprender a agir em certas situações… Do mesmo modo que quem joga copo
deve ser conduzido a deixar o estádio, o PM que joga spray de pimenta em uma
criança merece ser punido, afim de evitar que essas situações ocorram
novamente. Repito, isso tudo é despreparo da PM”, afirmou um dos torcedores. Já
uma torcedora teria sido conduzida para a ambulância depois de supostamente ter
sido agredida pelo polícia com um cassetete.
Em um vídeo da confusão que circula pela internet é
possíveis observar toda a discussão dos PMs com os torcedores. Em determinado
momento, a PM recolhe um instrumento musical da torcida e logo em seguida
encontra a faixa que estava escondida. Nesse momento, os torcedores se revoltam
e a PM utiliza o spray. No vídeo, não é possível ver a agressão que a Polícia
Militar alega ter começado todo o problema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
obrigado pela sua participação