"Não podemos nos calar
diante da realidade vivenciada por esta população, que é alvo do preconceito e
vítima da violação sistemática de seus direitos fundamentais, tais como a
saúde, a educação, o trabalho, a moradia, a cultura, entre outros",
afirma, em nota, a entidade da Igreja Católica.
A comissão diz também que LGBTs "enfrentam diariamente
insuportável violência verbal e física, culminando em assassinatos, que são
verdadeiros crimes de ódio". A entidade convida "pessoas de boa vontade e, em particular
todos os cristãos, a refletirem sobre essa realidade profundamente injusta das
pessoas LGBT e a se empenharem ativamente na sua superação, guiados pelo
supremo princípio da dignidade humana".
Ainda de acordo com a nota, o posicionamento da entidade,
"fiel à sua missão de anunciar e defender os valores evangélicos e
civilizatórios dos direitos humanos, fundamenta-se na Constituição Pastoral
Gaudium et Spes, aprovada no Concílio Vaticano II: "As alegrias e esperanças,
as tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos
aqueles que sofrem, são também as alegrais e as esperanças, as tristezas e as
angústias dos discípulos de Cristo", diz o documento.
O diretor da Comissão Justiça e Paz da arquidiocese,
Geraldo Magela Tardelli, afirmou que esta é a primeira vez que a comissão
escreve "formalmente" a favor dos homossexuais. "A comissão tem
uma missão, segundo D. Paulo Evaristo Ars: 'temos que dar voz aqueles que não
tem voz'. Neste momento, o que estamos percebendo é que há um crescimento de
violência contra homossexuais, então a gente não pode se omitir em relação a
essa violação dos direitos humanos", afirmou o diretor.
Segundo ele, a realização da Parada Gay determinou a
divulgação da nota. "Nós achamos que esse era o momento correto de colocar
essa nota em circulação. Nós da Igreja estamos engajados na defesa dos direitos
humanos e não compactuamos com nenhuma violação, independentemente da cor e da
orientação sexual das pessoas", disse Tardelli.
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