A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou na tarde deste
sábado (18) que houve desvio de recursos na Petrobras e que pretende fazer o
possível para ressarcir os danos causados aos cofres públicos. "Eu farei todo o meu possível para ressarcir o país.
Se houve desvio de dinheiro público, nós queremos ele de volta. Se houve, não:
houve, viu?", disse Dilma.
A declaração foi feita durante coletiva no Palácio do
Planalto, quando a presidente foi questionada sobre quais medidas
administrativas poderia tomar em relação às denúncias de corrupção envolvendo a
estatal. Dilma não detalhou que tipo de desvio houve tampouco o montante.
Tanto o doleiro Alberto Yousseff quanto o ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa revelaram em depoimentos à Justiça Federal e ao
Ministério Público Federal, com quem firmaram um acordo de delação premiada,
que contratos da Petrobras eram superfaturados para pagar propina a partidos,
políticos e financiar a campanha eleitoral de 2010.
Dilma deixou claro que é preciso esperar a conclusão da
ação judicial para saber exatamente quanto deverá ser ressarcido. "Daqui
para frente, a não ser que eu seja informada pelo Ministério Público ou pelo
juiz, eu não tenho medida nenhuma a tomar. Não é o presidente quem processa. Eu
tomarei todas as medidas para ressarcir tudo e todos. Mas ninguém sabe hoje
ainda o que deve ser ressarcido. A chamada delação premiada onde tem os dados
mais importantes não foi entregue a nós. Até eu pedi. Pedi tanto para o
Ministério Público quanto ao ministro do Supremo, que disseram ser
sigiloso", disse.
Os dois delatores apontaram beneficiários do esquema
tanto na base de apoio à Dilma (PT, PMDB e PP), quanto no PSDB, partido de seu
principal adversário na corrida presidencial, Aécio Neves.
"Eu não acho que alguém no Brasil tenha a primazia
da bandeira da ética. Até o retrospecto do PSDB não lhe dá essa condição. Acho
que não dá a partido nenhum. Todos os integrantes de partido, qualquer um, que
tenham cometido crime, delito, malfeito têm de pagar por isso", disse
Dilma.
A presidente criticou ainda os vazamentos seletivos em
relação às revelações dos delatores do esquema. "Eu não vou aqui comemorar
nada. Só acho que o pau que bate em Chico, bate em Francisco. Essa é uma
lei".
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