Quem mora em Currais Novos,
um dos maiores municípios da região Seridó potiguar, compreende a necessidade
de racionar água, mas reclama quando o esquema do rodízio falha. As
bombas podem quebrar ou outros imprevistos acontecerem, fazendo a espera pelo
reabastecimento ainda mais longa. No bairro José Bezerra, que fica na parte
mais alta da cidade, os moradores dizem que não têm água nas torneiras há duas
semanas.
Enquanto aguardam, há gente que toma banho em bacias para
não desperdiçar nada. Outros deixam as torneiras permanentemente abertas para
aproveitar qualquer gota que escorra pelo encanamento.
A falta de chuvas e o baixo nível de água no açude que
abastece a cidade levaram a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do
Norte (Caern) a adotar um sistema de rodízio semanal para que o
fornecimento não seja suspenso por completo. Quem hoje recebe água pelas
torneiras, só vai vê-la novamente daqui a sete dias. O município tem 44 mil
pessoas.
A dona de casa Maria das Graças Araújo, de 61 anos, diz
nunca ter passado por um período de falta d'água tão ruim. “Nunca sofremos
tanto”, conta. “Tem que ficar pastorando, vigiando. A bica fica aberta o tempo
todo. Se cair água, já vai para dentro do balde. Não podemos perder um minuto
quando a água da Caern chega”, diz ela. G1RN
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