Médico oftalmologista, auditor fiscal do tesouro estadual
e vereador por 2 mandatos atualmente no exercício da presidência da Câmara
Municipal de Natal, Albert Dickson foi eleito deputado estadual com mais de 37
mil votos entre os quais mais de 21 mil na capital do Estado, tornando-se o
mais votado da coligação “União pela Mudança” que teve o deputado Henrique
Eduardo como candidato a governador, João Maia, vice e Wilma de Faria senadora.
Evangélico da Igreja Assembleia de Deus, o futuro deputado mostra-se otimista
com a sua nova missão.
Nesta entrevista ele fala das suas expectativas para o
mandato, como feita sua campanha e a importância de representar os segmentos,
médico, evangélico e dos auditores fiscais. Questionado sobre o insucesso
eleitoral da chapa majoritária, Albert Dickson entende que houve erro de
estratégia. “No caso de Henrique Eduardo faltou dizer que ele foi um dos
que mais trouxeram recursos federais para o Estado. Sobre Wilma de Faria faltou
divulgar as obras estruturantes que ela realizou como governadora e o trabalho
que realizou na Constituinte”, ressalta. Sobre a sucessão na Assembleia
Legislativa, Albert Dickson defende um nome de consenso. Segue a entrevista:
O JORNAL DE HOJE – Quais suas expectativas para o novo
mandato de deputado estadual?
ALBERT DICKSON – São boas. Sairemos de uma atuação na
capital para ter mais abrangência em todo o Estado. Na campanha percorri todo o
Rio Grande do Norte apresentando-me como candidato e constatando os problemas
do Estado. Vi muita carência, principalmente no setor de saúde. Entendo que
existe dependência nas principais cidades onde deveriam ser criados polos de
excelência. Os problemas de média e alta complexidade estão sendo encaminhados
para resolver na capital, daí a sobrecarga Hospital Walfredo Gurgel, é o que se
convencionou chamar de ambulancioterapia. Na condição de auditor fiscal vamos
ajudar à secretaria de Tributação para que seja continuado o trabalho de
aperfeiçoamento e capacitação técnica com modernização da malha tributária.
JH – Como foi feita sua campanha a deputado estadual?
AD – Primeiramente com humildade e com a força do
trabalho social, médico e auditor fiscal. Isso é uma coisa que gosto de fazer e
ajudou muito na minha campanha. Tive também a força dos evangélicos que é muito
representativa no Rio Grande do Norte.
JH – O senhor representa 3 importantes segmentos da
sociedade, o médico, o evangélico e o dos auditores. O que isso representa?
AD – É importantíssimo para essas categorias. Os
auditores fiscais nunca tiveram representantes na Assembleia Legislativa e a
partir de agora existirá uma referência no parlamento estadual para defender
seus interesses. Vamos fortalecer a bancada médica ao lado de Getúlio
Rêgo, Álvaro Dias e Galeno Torquato, já que 2 colegas médicos não
conseguiram se reeleger que foram Leonardo Nogueira e Vivaldo Costa. Antonio
Jácome deixa a Assembleia Legislativa porque se elegeu deputado federal. Com
relação ao segmento evangélico da mesma forma. Procuraremos ser um dos seus
interlocutores ao lado do deputado Jacó Jácome.
JH – O segmento evangélico tem sido cada vez mais
presente nos parlamentos. Qual a importância desse fenômeno?
AD – Os evangélicos representam 25 por cento da votação
nacional e isso tem grande significação. Existe a informação que 70 por cento
desse universo votam em evangélicos, desde que tenha um bom histórico. No Rio
Grande do Norte esse número chega a 22 por cento em alguns municípios como
Upanema, Serra do Mel e Parnamirim o eleitorado evangélico chega a mais de 35
por cento.
JH – Que avaliação o senhor faz da campanha eleitoral
esse ano?
AD – Entendo ter sido propositiva. Houve embates e
debates o que é salutar para a democracia. Cada dia mais a população torna-se
esclarecida e exigente. Acredito que o saldo foi bastante positivo.
JH – No seu entendimento quais as razões do insucesso
eleitoral de Henrique Eduardo para governador e Wilma de Faria para senadora?
AD – No caso de Henrique acho que houve erro de
estratégia. O principal era mostrar à população que o candidato do PMDB foi
quem mais trouxe recursos para o Estado e tem uma atuação destacada na política
nacional que tem contribuído para divulgar o Rio Grande do Norte. Faltou isso,
entre outras coisas. Foi um somatório que junto provocou o insucesso do
candidato peemedebista. Com relação a Wilma de Faria faltou mostrar as obras
estruturantes que ela fez, a exemplo da ponte da Redinha, entre várias outras,
além do trabalho realizado pela então deputada constituinte.
JH – O esperar do futuro governo?
AD – Robinson Faria tem a vantagem de ter o respeito da
Assembleia Legislativa e um bom relacionamento por ter sido presidente em 3
oportunidades. Ele terá que colocar em prática o que prometeu, principalmente
trabalhar pela melhoria da qualidade de vida da população norte-rio-grandense.
Através da bancada federal tentar aumentar a vinda de recursos para o Estado,
melhorando os índices na saúde, educação e segurança.
JH – O eleitor mudou de comportamento nessa eleição?
AD – Antigamente haviam líderes no interior que comandava
o voto. Isso agora está diferente. Acabou-se o voto de cabresto e os chamados
currais eleitorais. O eleitor está mais consciente e mais crítico.
JH – Qual sua posição com relação à sucessão da
Assembleia Legislativa?
AD – Teremos quase 2 meses de conversas e entendimentos.
Esperamos que a votação ocorra sem interferência externa, respeitando o voto de
todos. O ideal seria um consenso. O meu partido, o PROS, certamente terá
candidato que é o atual presidente Ricardo Motta. portaljh
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