Um trabalho gigantesco, produzido por 500 cientistas de
300 instituições - que analisaram 187 países ao longo das últimas quatro
décadas. É o Global Burden of Disease ("Peso Global das Doenças"),
que acaba de ser publicado e é o maior estudo já realizado sobre a saúde da
humanidade. Ele traz duas grandes conclusões.
A boa é que a expectativa de vida
aumentou em praticamente todo o mundo, e as mortes relacionadas à subnutrição
caíram de 3,4 milhões, em 1990, para 1,4 milhão em 2010, último ano analisado
pelo estudo. Em 1990, a subnutrição era a doença com maior "peso", ou
seja, aquela que mais tirava anos de vida saudável da humanidade.
Agora, ela
despencou para oitavo lugar. Mas a obesidade, eis a má notícia, subiu de décimo
para sexto - e a má alimentação, com uma dieta pobre em nutrientes, aparece em
quinto (os quatro maiores fatores de risco são pressão alta, tabagismo, uso de álcool
e poluição). "As dietas pobres em frutas, verduras e grãos integrais têm
impacto surpreendente", escrevem os autores do estudo.
A pesquisa constatou que, entre 1990 e 2010, a expectativa de vida global dos
homens subiu de 62,8 para 67,5 anos, e a das mulheres subiu de 68,1 para 73,3.
Ou seja: as mulheres ampliaram em seis meses a vantagem que levam sobre os
homens.
Mas nem todos os países evoluíram. Na Bielorússia, os homens perderam 1,4 ano
por causa do aumento no consumo de álcool. E Lesoto, na África, viu sua
expectativa de vida desabar - regrediu 12,2 anos entre os homens e 14,7 entre
as mulheres - devido à epidemia de Aids.
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