Após duas horas e meia de uma sessão conturbada, o
Congresso Nacional suspendeu nesta terça-feira (2) a votação de dois vetos
presidenciais que impediam a votação do projeto (PLN
36/2014) que flexibiliza a meta do superávit primário do governo federal
deste ano. A sessão continuará nesta quarta-feira (3), às 10 horas.
A suspensão da sessão se deu após a tentativa de retirada
de manifestantes das galerias. Eles protestavam contra a alteração da meta de
superávit com gritos, palmas e canto. Como o regimento não permite
manifestações nas galerias durante as votações, o presidente do Senado, Renan
Calheiros, acionou a Polícia Legislativa para tentar continuar a sessão.
— Isso demonstra a absoluta responsabilidade que a
oposição tem com o fato. Vinte e seis pessoas assalariadas, presumivelmente,
paralisam o Congresso Nacional. Que democracia é essa? — questionou o
presidente, que criticou a “partidarização das galerias”.
A decisão de Renan foi motivada por manifestação da líder
do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ). Ela pediu a desocupação das
galerias, acusando manifestantes de terem xingado a senadora Vanessa Graziottin
(PCdoB-AM) enquanto ela discursava.
— Numa sessão em que se debate política, não se admite
que uma parlamentar seja chamada de vagabunda — disse Jandira.
O mérito dos vetos nem chegou a ser discutido na sessão.
As questões regimentais dominaram o debate. A oposição questionou a sessão
realizada na semana passada e cobrou discussão individual dos itens.
Parlamentares oposicionistas também fizeram grande pressão para que fosse
autorizado o acesso às galerias de pessoas que desejavam acompanhar a sessão. Na presidência da sessão, Renan disse que o acesso foi
liberado mediante entrega de senhas às bancadas partidárias, em número
proporcional ao tamanho de cada uma delas. O senador Cássio Cunha Lima
(PSDB-PB) não aceitou a explicação, alegando que as galerias se encontravam
vazias.
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