A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) deverá receber o
título de pessoa não grata à pecuária leiteira do Rio Grande do Norte.
Responsável pelo Programa do Leite, a governadora tem sido insensível aos
apelos feitos pelo setor, com vistas à utilização da máquina pública como
fomentadora de um segmento que produz. Com isso, nos últimos dez anos, a bacia
leiteira do Estado tem definhado, está desestruturada e, hoje, corre o sério
risco de se desintegrar, beneficiando indústrias de outros estados que estão
mais organizadas e ávidas por invadir o RN. Para o setor, Rosalba já quebrou a
bacia leiteira do Estado.
Depois de passar por um período de crescimento, “há pelo
menos uma década o Programa do Leite passou a se constituir num agente
desestabilizador da bacia leiteira do Rio Grande do Norte, por forçar, na
condição de maior comprador do produto, o mercado a manter o preço do leite ‘in
natura’ em valor insuficiente para cobrir os custos de produção e por
consolidar a prática dos atrasos no pagamento das faturas emitidas pelos
fornecedores”, afirma o jornalista Marcos Aurélio de Sá, em análise publicada
na coluna “Hoje na Economia”, na edição de ontem de O Jornal de Hoje.
Nesta terça, confirmando a avaliação do jornalista, o
presidente do Núcleo dos Criadores das Raças Produtoras de Leite do RN
(NULEITE), filiado à Associação Norte-Rio-Grandense de Criadores (ANORC), o
agropecuarista Manoel Montenegro, disse que, de fato, a federação potiguar, por
obra e graça de seu governante de plantão, se consolida cada vez mais como
sendo o estado onde se gasta 200 para alguém não ganhar 20 e como terra dos
piotários. “No RN se gasta 200 para alguém não ganhar 20. E, por outro lado,
aqui é o estado dos piotários, ou seja, somos pioneiros no Programa do Leite no
Nordeste e no Brasil, e hoje estamos sendo os otários em estarmos nos acabando
em virtude do Programa do Leite”.
O problema é que, nos últimos quatro anos, Rosalba
conseguiu desmantelar por completo a cadeia produtora e obrigar a quase
totalidade dos agropecuaristas, que ainda teimavam em preservar suas vacarias,
a desativá-las. “Por um mistério insondável, que até aqui ninguém conseguiu
decifrar, quanto mais os produtores rurais do Rio Grande do Norte sofrem com os
efeitos de três anos consecutivos de seca, mais leite entra nos laticínios e
usinas de pasteurização, a ponto deles se negarem a receber o produto de
fornecedores tradicionais sob a desculpa de que estão com excesso de oferta”,
analisa Marcos Aurélio de Sá.
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