A
Volkswagen do Brasil anunciou nesta terça-feira a demissão de 800 empregados de
sua fábrica em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e indicou que novos
cortes poderão ocorrer adiante pelo mau momento do setor automotivo. "Visando estabelecer condições
para um futuro sólido e sustentável para a Unidade Anchieta, tendo como base o
cenário de mercado e os desafios de competitividade, a Volkswagen do Brasil
anuncia que haverá o desligamento de 800 empregados em sua fábrica no ABC
Paulista, após período de licença remunerada de 30 dias", informou a
montadora em nota à imprensa.
O setor automotivo, importante
fonte empregadora no país, foi beneficiado por reduções tributárias após a
crise global de 2008/09, o que ajudou a manter as vendas de veículos no país em
alta até 2012, quando o governo federal estendeu benefícios do IPI reduzido
desde que as montadoras não demitissem.
Em 2013 e 2014, porém, as vendas de
veículos no país amargaram queda e a expectativa é de nova redução neste ano. Segundo a Volkswagen, as demissões
representam a "primeira etapa de adequação de efetivo" e que
"continua urgente a necessidade de adequação de efetivo e otimização de
custos para melhorar as condições" da Unidade Anchieta. Pela manhã, os trabalhadores da
fábrica votaram por greve por tempo indeterminado e aguardam contato da empresa
para negociar, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A montadora também disse em nota
que medidas paliativas adotadas desde 2013, como férias coletivas e suspensão
temporária dos contratos de trabalho, não foram suficientes diante das
expectativas para a indústria automotiva.
A companhia disse ainda ter buscado
uma alternativa junto ao sindicato, propondo adequar o quadro de empregados
através da abertura de programas de demissão voluntária (PDV) com incentivo
financeiro para saída de funcionários e da redução de temporária de terceirizados
para alocação de parte do excedente de pessoal.
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