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sexta-feira, 17 de julho de 2015

BRASIL - Depois de ter sido citado por delator da lavajato, presidente do Câmara, rompe com governo Dilma

Em rota de colisão com o Planalto desde que assumiu a Presidência da Câmara, no início do ano, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) oficializou na manhã desta sexta-feira (17) o seu rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff. Cunha afirmou que a partir de agora será oposição, mas enfatizou que não atuará contra o governo como presidente da Casa.

"Estou oficialmente rompido com o governo a partir de hoje. [...] Teremos a seriedade que o cargo ocupa. Porém, o presidente da Câmara é oposição ao governo", disse, nesta sexta. Cunha acusou o governo de ter orquestrado uma campanha contra ele na Operação Lava Jato e disse que há um "bando de aloprados" no Planalto, mas se negou a responder quem seriam essas pessoas.

Nesta quinta (16), ele foi acusado pelo lobista Júlio Camargo de receber US$ 5 milhões de propina. O deputado, que nega as acusações, criticou os procedimentos do juiz Sergio Moro, que tomou o depoimento de Camargo. Segundo o peemedebista, por ser um juiz de 1º grau, Moro não poderia ter colhido depoimentos contra alguém que tem foro privilegiado –a prerrogativa é do Supremo Tribunal Federal.

"Ele violou o procedimento de foro privilegiado. O juiz acha que o Supremo se mudou para Curitiba", provocou. Cunha informou que seus advogados ingressarão com uma reclamação no STF para que o processo seja transferido para o STF, e disse: "Ser denunciado não significa que é culpado". Apesar das críticas feitas ao juiz, Cunha afirmou não acreditar que ele esteja sofrendo influência do governo, como diz estar acontecendo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "É óbvio que Moro não está orquestrado com o governo. Não vou brigar com ele. Mas farei uma reclamação para que o caso vá para o Supremo. Ele fez o que não tinha competência para fazer", disse.

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