O empresário Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa, condenado na Operação Lava JatoPedro Ladeira - 20.mai.15/Folhapress |
Titular das ações penais da Operação Lava Jato, o juiz
Sergio Moro condenou ex-executivos da construtora Camargo Corrêa por crimes de
corrupção, lavagem de dinheiro e atuação em organização criminosa referentes a
superfaturamento e pagamento de propina para obtenção de contratos de obras de
refinarias da Petrobras. A condenação refere-se às obras da Repar (Refinaria de
Getúlio Vargas), no Paraná, e da Rnest (Refinaria Abreu e Lima), em Pernambuco.
É a primeira condenação de executivos (ou ex-funcionários) de empreiteiras
investigadas por corrupção na Petrobras.
Eles poderão recorrer da decisão de Moro ao TRF (Tribunal
Regional Federal) da 4ª Região. Se a sentença for mantida, eles poderão
recorrer depois ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Tanto o presidente da empresa, Dalton Avancini, quanto
outros dois executivos da companhia –Eduardo Leite e João Auler, todos
condenados–, estavam afastados desde sua prisão em novembro de 2014 e foram
demitidos recentemente.
Avancini e Leite fizeram acordo de delação premiada com a
Justiça, em troca de penas mais brandas. Ambos estão em prisão domiciliar. Os
dois disseram que a Camargo participava grupo de empreiteiras que pagava
propina para conseguir contratos na Petrobras. João Auler, que presidia o conselho da construtora, não
aceitou colaborar com a Justiça, mas também foi demitido.
De acordo com a sentença, a Camargo Corrêa pagou R$ 50
milhões de propina à Diretoria de Abastecimento da Petrobras apenas nesses dois
contratos. O valor equivale a 1% do valor das obras, segundo a sentença. Este é o montante definido pelo juiz Sergio Moro como
ressarcimento a ser feito à estatal pelos condenados, além de outras multas
criminais e civis.
Também foram condenados o ex-diretor da Petrobras Paulo
Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e o policial federal Jayme de Oliveira
Filho, que fazia entrega de dinheiro a mando de Youssef. O ex-diretor da Petrobras e o doleiro também têm acordo
de delação premiada. Eles terão suas penas somadas às demais que já sofreram na
Lava Jato.
folha.com.br
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