O senador e ex-jogador de futebol Romário (PSB-RJ)
garante que o banco BSI, citado como utilizado por ele para abrir uma conta sua
no valor de R$ 7,5 milhões, indicou que os extratos publicados no Brasil em seu
nome são "falsos". Romário aponta que tanto o banco como ele abrirão
processos criminais. O senador, porém, vê o incidente como um alerta contra seu
trabalho na CPI do Futebol, que começa suas atividades no dia 4 de agosto.
Reportagem da revista Veja desta semana informou a existência da
conta, que não teria sido declarada à Receita Federal no Brasil. Diante da
revelação, Romário decidiu viajar até Genebra e, desde ontem, se reuniu com
advogados e com o banco. Segundo ele, o banco enviaria entre hoje e amanhã uma carta oficial a seus
advogados para confirmar que a conta não existe. Contatado pela reportagem do
Estado, o banco ainda não respondeu.
"Mostramos os extratos e o banco garantiu que esses documentos são
falsos", disse Romário, que retorna ainda hoje ao Brasil. "Eu vim
aqui e confirmei o que eu já imaginava. Eu não tenho relação com o banco e
tinha certeza de que esse dinheiro era impossível de ser meu. Ninguém esquece
R$ 7 milhões, principalmente na crise", disse.
"Estou triste e feliz. Se existisse esse dinheiro, seria algo ganho suado.
Talvez eu teria esquecido, o que não é a minha cara", declarou. Romário confessou que temia que uma conta pudesse ter sido aberta em seu nome,
com documentos falsos, e deixou claro que vê a publicação da notícia como uma
"manobra" para desestabilizá-lo antes da CPI ou mesmo de sua eventual
candidatura para a prefeitura do Rio de Janeiro, em 2016.
"As pessoas sabem que a CPI vai começar e que tem a possibilidade de uma
candidatura à prefeito do Rio em um ano”, disse. “Eles tentaram mais uma vez me
destruir, denegrir a minha imagem. Mais uma vez, eles estão mostrando ao mundo
que eu sou decente", insistiu, sem dar nomes.
No Brasil, porém, o senador vai pedir uma investigação para saber como os
documentos foram produzidos. Ironizando a situação, Romário ainda insistiu que não poderia "perder o
gol". "Eu estava de férias, sentado, e a bola veio e quicou. Não
tinha jeito. Está no sangue. Tenho que fazer o gol", disse. Nas redes sociais, Romário também ironizou. “Chateado. Acabei de descobrir aqui
em Genebra, na Suíça, que não sou dono dos R$ 7,5 milhões”. O ex-craque
publicou uma foto sua em uma ponte de Genebra. “Agora, aqueles que devem podem começar a contar as moedinhas, porque a conta
vai chegar de todas as formas”.
No fim de semana, Romário anunciou a intenção de processar a revista e disse
que não sabia se tinha uma conta na Suíça: “Obviamente, fiquei muito feliz com
a notícia. Assim que possível irei ao banco para confirmar a posse dessa conta,
resgatar o dinheiro e notificar a Receita Federal. Espero que seja verdade,
como trabalhei em muitos clubes fora do Brasil, é possível que tenha sobrado
algum rendimento que chegou a essa quantia. Estou me sentindo um ganhador da
Mega Sena, só que do meu próprio honesto e suado dinheiro”. Nas redes sociais, ele ainda atacou. “Eu não finjo ser decente, não faço de
conta ser sério e pareço ser correto. Eu sou!!!”
Procurada, a revista não quis se pronunciar sobre as declarações de Romário.
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