A polêmica redução da maioridade penal pode ter mais um
capítulo concluído hoje (18). Deputados esperam votar, em segundo turno, a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171 que reduz de 18 para 16 anos a
idade mínima penal nos casos de crimes hediondos, como estupro e latrocínio, e
quando houver homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. Vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
e pesquisador da Fundação Getulio Vargas, Renato Sérgio de Lima considera o
texto “um erro”. Para o sociólogo, ainda existe uma lacuna de informações muito
grande sobre o tema, que abre espaço para que ideologias acabem contaminando a
proposta. “Temos poucos dados que balizam a tomada de decisões no campo das
políticas públicas no país, o que faz com que os debates estejam travados,
influenciados por ideologias e sem nenhum tipo de base em realidade.”
A redução da maioridade penal é discutida pelo Congresso
há 22 anos. É nesse ponto que o relator da matéria, deputado federal Laerte
Bessa (PR-DF), justifica sua defesa de concluir a questão. “Eu mesmo estou
trabalhando nisso desde o primeiro mandato, em 2006, e sempre fui adepto da redução
para 16 anos a fim de inibir a ação de menores que, na verdade, são adultos que
sabem o que é certo e o que é errado”, disse. Diferentemente do sociólogo, o
parlamentar acredita que, com o tempo em que o tema “navega” pelos corredores
do Legislativo, não é possível afirmar que o debate ainda está imaturo. “Agora
acabou, 90% dos brasileiros querem a redução da maioridade penal. Estamos
representando o povo. Isso vai acabar com a impunidade.”
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