A presidente Dilma Rousseff estuda substituir o ministro
Aloizio Mercadante (Casa Civil) por um nome que atue como uma espécie de
"primeiro-ministro" e que não seja filiado a seu partido, o PT.
Segundo assessores, Dilma percebeu que precisa fazer um
"movimento de impacto", com ressonância política, para tentar sair da
grave crise que paralisa o governo. Ela avalia substituir seu braço direito até mesmo por
alguém de fora da política, mas que tenha receptividade na base aliada e na
oposição, na tentativa de melhorar a governabilidade e diminuir o número de
derrotas que vem sofrendo no Congresso.
Não é a primeira vez, contudo, que a possibilidade de
saída de Mercadante como parte da solução para a crise é especulada. O
ex-presidente Lula defendia junto a Dilma a troca de Mercadante por Jaques
Wagner (Defesa).
O PMDB, partido do vice-presidente, Michel Temer, também
já pediu a saída de Mercadante, justificando não ter bom entendimento com o
ministro, que participa da articulação política e é considerado voluntarista e
centralizador. Segundo relatos de interlocutores, a própria presidente
avalia que ele falhou nas principais negociações estratégicas no início de seu
segundo mandato.
Uma das principais reclamações de aliados de Temer é que
as discussões para distribuição de cargos paravam quando chegavam na Casa
Civil. Recentemente, a indicação de uma das vice-presidências para a Caixa
Econômica Federal gerou atrito entre
o vice e Mercadante.
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