O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirmou nesta
terça-feira (6) a reabertura de uma das ações propostas pelo PSDB que pede a
cassação dos mandatos da presidente Dilma Rousseff e do vice, Michel Temer
(PMDB). Agora, Dilma e Temer, além de PT e PMDB, terão que
apresentar defesa ao tribunal. O procedimento aberto nesta terça é uma Ação de
Impugnação de Mandato Eletivo (Aime). É a primeira vez que esse tipo de
processo é instalado contra um presidente.
Na ação, o PSDB pede que a Justiça Eleitoral apure denúncias
de abuso de poder econômico e político e suspeitas de que recursos desviados da
Petrobras tenham ajudado a financiar a reeleição.
O PT ressalta que não houve irregularidade e que as
contas foram aprovadas pelo TSE em dezembro de 2014. A maioria para a instalação dessa ação já estava formada
desde agosto, quando os ministros Luiz Fux e Henrique Neves votaram pela
investigação de irregularidades na campanha. Eles acompanharam Gilmar Mendes e
João Otavio de Noronha. Na sessão desta terça, o presidente do TSE, Dias Toffoli,
também votou pela apuração, mas sem fazer considerações.
Já a ministra Luciana Lóssio, que havia pedido vista e
interrompido o julgamento, votou pelo arquivamento. Ela alinhou-se à ministra
Maria Thereza de Assis de Moura, que havia rejeitado, em decisão individual, o
pedido do PSDB. Lóssio fez longo voto defendendo que não há elementos que
justifiquem a apuração. A ministra afirmou que uma ação eleitoral não pode
durar mais de um ano na Justiça Eleitoral para não ferir a estabilidade necessária
para o governante administrar, sendo "preciso por fim às disputas, já que
as eleições têm, no máximo, dois turnos". Ela avaliou que o PSDB tenta transferir para a corte
eleitoral uma apuração sobre uma possível ligação de Dilma e Temer com a Operação Lava
Jato.
"Se os órgãos envolvidos com as investigações dos
fatos, com acervo probatório, não se convenceram de justa causa para investigar
[Dilma e Temer], como imaginar fazer isso na presente ação?", questionou. A ministra disse ainda que a ação foi baseada em noticias
de jornal, o que transferiria à imprensa o poder de absolver ou condenar. Quando o pedido foi proposto pelo PSDB, em janeiro, as
delações premiadas feitas à Procuradoria-Geral da República ainda não haviam se
tornado públicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
obrigado pela sua participação