Pela primeira vez, o verão brasileiro terá circulação de
três tipos de vírus transmitidos pelo Aedes aegypti.
Dengue, febre chikungunya e Zika são doenças com sintomas parecidos, sem
tratamento específico e com consequências distintas. Até abril deste ano, não
havia casos de Zika registrados no Brasil.
Para a coordenadora do Comitê de Virologia Clínica da
Sociedade Brasileira de Infectologia, Nancy Bellei, o controle de focos do
mosquito será imperativo durante a estação, que começa amanhã (21).
Em entrevista à Agência Brasil, Nancy
lembrou que o aumento de casos de infecção pelos três tipos de vírus durante o
verão é esperado por causa de características biológicas do Aedes aegypti. Os
ovos do mosquito, segundo ela, podem sobreviver por até um ano e, cinco ou seis
dias após a primeira chuva, já formam novos insetos. “No verão, chove mais e o
clima ajuda, já que a temperatura ideal para o mosquito é entre 30 a 32 graus
Celsius”. Outra dificuldade a ser enfrentada, segundo a infectologista, é a
semelhança entre alguns sintomas, que se manifestam de formas distintas em cada
quadro. A febre, por exemplo, pode aparecer em todos os casos, mas, na dengue,
é mais elevada; na febre chikungunya, dura menos; e, no Zika, é mais baixa.
Manchas na pele, segundo ela, são bastante comuns em casos de Zika desde o
início da doença e, nas infecções por dengue e chikungunya, quando aparecem,
chegam entre o terceiro e o quinto dia.
As grávidas já eram consideradas grupo de risco para
infecções por dengue e agora também são motivo de preocupação para infecções
por Zika, diante da relação do vírus com casos de microcefalia. A especialista
defendeu a urgência no desenvolvimento de sorologia (detecção do vírus por
exame de sangue) para as três doenças, para que se tenha precisão no
diagnóstico e melhor acompanhamento de cada quadro.
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