A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (17) a
criação da comissão especial do impeachment por 433 votos a favor e um contra.
A votação foi feita um dia depois de o STF (Supremo Tribunal Federal)
determinar o rito do impeachment. A comissão vai analisar o pedido de
afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) que foi aceito pelo presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em dezembro de 2015.Cunha prometeu instalá-la até o final desta
quinta-feira.
A sessão foi tensa com deputados gritando pró e contra
governo soltando gritos de ordem, além de discursos inflamados.
Entre os 65 membros titulares da comissão, PT e PMDB são
os partidos que têm o maior número de integrantes: oito. Logo atrás vem o PSDB,
principal partido de oposição, com seis integrantes. Às 17h, os líderes
partidários deverão se reunir para que os nomes do relator e do presidente da
comissão sejam definidos.
Mais cedo, em entrevista, Cunha prometeu
"agilidade" total na condução do processo de impeachment na Câmara.
Ele disse acreditar que o processo deverá ser finalizado em 45 dias.
Após a instalação da comissão especial, a presidente
Dilma Rousseff deverá apresentar a sua defesa. Ela é acusada de crime de
responsabilidade no episódio que ficou conhecido como "pedaladas
fiscais" de 2015. Depois de receber a defesa da presidente, a comissão
deverá elaborar um parecer avaliando se o processo de impeachment deve ou não
ser instaurado na Câmara.
O parecer ainda precisará ser votado pela comissão e
depois submetido ao Plenário da Casa. Para o processo ser aberto, é preciso que
pelo menos terços dos deputados (342) votem a favor. O processo só é
efetivamente instaurado, no entanto, se for chancelado pelo Senado.
Lá, a abertura só acontece se a maioria simples dos
senadores (metade mais um dos presentes na sessão) aprovar. Se o Senado aprovar
a abertura do processo, Dilma Rousseff é afastada temporariamente de suas
funções por até 180 dias, até a conclusão do processo. Se for considerada
inocente, ela volta ao cargo. Se for considerada culpada, ela é afastada
definitivamente de suas funções e fica impedida de se candidatar a cargos
políticos por oito anos.
A criação da comissão especial acontece em meio ao
agravamento da crise política. Nesta quinta-feira, o juiz federal Itagiba Catta
Preta Neto concedeu uma liminar suspendendo a nomeação do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ministro da Casa Civil.
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