Menos de três horas após prestar depoimento à Polícia Federal, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na tarde desta sexta-feira (4)
que se sentiu um "prisioneiro". A declaração foi dada durante
entrevista a jornalistas no diretório do PT, na área central de São Paulo.
Lula foi alvo na manhã de hoje de um mandado de condução
coercitiva (quando a pessoa é obrigada a depor) durante a 24ª fase da Operação
Lava Jato. Policiais federais estiveram logo cedo na casa dele, em São Bernardo
do Campo, na Grande São Paulo, e o conduziram até o posto da Polícia Federal no
aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital.
O ex-presidente prestou depoimento durante cerca de
quatro horas. Ele é investigado pela força-tarefa da Lava Jato por ter recebido R$ 30
milhões, entre 2011 e 2014, de empreiteiras
envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. Para o Ministério Público
Federal, há evidências de que Lula recebeu dinheiro desviado da estatal.
"Me senti prisioneiro hoje de manhã. O [Sérgio] Moro
[juiz responsável pela Lava Jato] não precisava ter mandado uma coerção na
minha casa de manhã. O Moro não precisaria ter mandado uma coerção na minha
casa, na casa de meus filhos, da casa de companheiros. Lamentavelmente
preferiram utilizar a prepotência, um show, um espetáculo de pirotecnia",
declarou o ex-presidente. "Estou indignado com o que fizeram com a minha
família." Minutos antes, diante de petistas no diretório nacional
do partido, Lula já tinha criticado a sua condução pela Polícia Federal.
"Era só ter mandado eu vir. Sempre fui prestar esclarecimento, porque não devo e não temo."
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