Em menos de três minutos, o PMDB oficializou na tarde
desta terça-feira (29) sua saída
do governo. Aos gritos de "Brasil para frente, Temer presidente"
e "Fora PT", o partido aprovou, em reunião presidida pelo
vice-presidente do partido, Romero-Jucá, uma moção que determina a entrega de
todos os cargos no Executivo e a punição de quem desobedecer isso.
A votação ocorreu de forma simbólica. Nos bastidores, foi
decidido que não haveria exposição dos peemedebistas que se posicionassem
contrários à decisão. Peemedebistas frisaram, contudo, que "a partir de
hoje" é uma colocação simbólica. Segundo o ex-ministro Eliseu Padilha, no entanto,
"a decisão é a partir de agora". "Por óbvio, o cara não vai sair
daqui correndo para arrumar a gaveta dele", acrescentou. Nos bastidores do partido, ficou combinado que as
cadeiras ocupadas pelo partido na Esplanada dos Ministérios devem ser entregues
até 12 de abril. Jucá reiterou, ao final, que cada caso será avaliado
separadamente, podendo inclusive, serem avaliadas as reivindicações de alguns
ministros, como Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde)
de se licenciar do partido.
IMPEACHMENT
O vice-presidente do PMDB, Romero Jucá, explicou que a
decisão que determina a saída do partido da base aliada do governo federal não
é vinculada à postura da sigla em relação ao impeachment da presidente.
LISTA DE PRESENÇA
Temer não estava presente na reunião que oficializou o desembarque.
Os ministros peemedebistas também não compareceram. Nomes como José Sarney, Eduardo Paes e Sergio Cabral
também não compareceram. No entanto, enviaram aliados para o encontro, como a
ex-governadora Roseana Sarney e os secretários do Rio de Janeiro Pedro Paulo e
Marco Antonio Cabral.
CUNHA
Primeiro peemedebista a romper publicamente com o governo
e um dos maiores
adversários políticos de
Dilma Rousseff, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
chegou sorrindo à reunião na qual seu partido selou o fim da aliança de 13 anos
com o PT.
Assediado pela imprensa, Cunha acenou e distribuiu
abraços entre os partidários que estavam no plenário. E rapidamente foi chamado
a compor a mesa que presidiu a curta cerimônia que oficializou a saída do PMDB
da base do governo. Tudo começou às 15h10. Três minutos depois, o divórcio
entre PMDB e PT já era oficial. "Até achei longa", disse Cunha
questionado pela Folha sobre a duração do ato. "Eu teria feito em um
minuto." Um dos poucos integrantes da cúpula do partido a
comparecer ao ato, Cunha disse que não poderia deixar da participar do evento.
"Defendi isso antes de qualquer outro. No dia que acontece eu vou
faltar?", indagou, ainda com um sorriso no rosto.
BASTIDORES DO DESEMBARQUE
A tomada de posição foi articulada pelo grupo do
vice-presidente Michel Temer. A decisão foi tomada após reunião realizada entre Temer e o presidente
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), considerado o "último bastião"
do governismo no PMDB. Apesar dos apelos da presidente Dilma e de seu
antecessor, Lula, o Planalto não conseguiu conter a tendência de debandada do
PMDB, agravada nos últimos dias com a exposição das posições anti-Dilma dos
maiores diretórios estaduais da sigla, como Rio de Janeiro e Minas Gerais.
uol.com.br
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