O Juiz Federal Walisson Gonçalves Cunha, Corregedor do
presídio federal de Porto Velho/RO, deferiu pedido formulado pelo Ministério
Público do Estado do Rio Grande do Norte e determinou a transferência de
lideranças da facção criminosa “Sindicato do RN” do sistema penitenciário do
Rio Grande do Norte para o presídio federal em Rondônia, ordem cumprida hoje
por Agentes do DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional), por Policiais
Militares do BOPE (Batalhão de Operações Especiais) e por Agentes Penitenciários
do GOE (Grupo de Operações Especiais).
A base do pedido são as investigações da Operação
Alcatéia deflagrada conjuntamente pelo Ministério Público, Polícia Militar e
Polícia Rodoviária Federal no dia 04 de fevereiro deste ano e que resultou na
decretação da prisão preventiva de 39 pessoas, além do sequestro de 79 contas
bancárias. A decisão reconhece elementos que apontam para a efetiva existência
dessa organização criminosa e do impacto de sua atuação na ordem pública e no
âmbito do sistema penitenciário potiguar.
O Ministério Público considera o isolamento dessas
lideranças uma ação de exemplaridade penal e portanto uma contribuição do
Judiciário para o processo de retomada do controle das unidades prisionais do
Estado a cargo do Poder Executivo.
O pedido do Ministério Público e a determinação do Poder
Judiciário integram um conjunto rotineiro de esforços destas Instituições para
contribuir para o restabelecimento da ordem no sistema penitenciário, condição
básica para se buscar aplicar a Lei de Execuções Penais.
Considerando as Operações Alcatraz, deflagrada em
dezembro de 2014 e Alcatéia, deflagrada em fevereiro deste ano, mais de
quatrocentos presos já foram denunciados por integrar organizações criminosas
que atuam a partir do sistema penitenciário, o que permite ao Judiciário
cumprir a Lei de Execuções Penais com melhor análise dos requisitos subjetivos
para concessão de benefícios e separar os presos engajados nessas organizações
dos presos que apresentam melhor comportamento e procuram cumprir suas penas.
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