No altar de uma das mais tradicionais igrejas do Rio, o
padre Claro Antonio Jacomo, 72, aproveitou o sermão da missa da tarde de terça
(12) para fazer um discurso pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff. Diante dos fiéis, ele comemorou a aprovação do relatório
da Câmara favorável ao impedimento da presidente e ainda arriscou um palpite
para a votação no plenário no próximo domingo. O sacerdote conduzia a missa normalmente na igreja São
Francisco de Paula, no centro do Rio, até que, ao comentar os debates sobre a
interpretação da Bíblia, deixou a religião de lado e entrou na política.
"É um debate que parece muito com esse chamado impeachment.
Um deputado mostra um lado, o outro mostra outro. Um berra de um lado, o outro
berra de outro. Ainda não saíram no tapa, por enquanto. Mas já foi preciso o
presidente da mesa sair para ir conter o alvoroço que um deles estava fazendo
para atrapalhar a reunião", disse o padre aos fiéis. "Vamos dar graças a Deus que o depoimento
pró-impeachment foi simplesmente 38 votos contra 27 [pela aprovação do
relatório]. E espero que, também na votação final, seja 370 contra 27, e está
ótimo também", disse.
Em nota, a Arquidiocese do Rio afirmou que "o padre
Claro não deveria ter manifestado a sua opinião durante a missa". Segundo
a assessoria, a Arquidiocese não dá qualquer orientação sobre o assunto
"pois cada um é livre no exercício do seu voto consciente". Depois da celebração, o padre defendeu seu pronunciamento
e disse que não temia ser punido pela Arquidiocese do Rio. "Não acredito que possam me punir por isso. Estou
falando como cidadão, mas também falo como Igreja. Faço parte dessa igreja, e
esse membro é a favor do impeachment. Se os outros não são, esse é a
favor", disse Jacomo, que é padre há 28 anos.
O padre Claro Antonio Jácomo, que falou a favor do
impeachment em sermão em igreja no Rio
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