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segunda-feira, 25 de abril de 2016

ECONOMIA - Sete Brasil vai pedir recuperação judicial

Após dois anos à espera de um acordo com a Petrobras e com dívidas de R$ 14 bilhões, a Sete Brasil vai entrar com pedido de recuperação judicial. A decisão ocorreu em assembleia de acionistas realizada ontem no Rio, onde o processo será aberto já na próxima semana. Depois de oficializar o pedido de recuperação, a empresa terá 60 dias para apresentar uma proposta aos credores e acionistas.
Em discussão desde dezembro do último ano, a opção pelo pedido de recuperação judicial só foi tomada após a mudança no voto da Petros, o fundo de pensão dos trabalhadores da Petrobrás. Entre os grandes acionistas, o fundo dos petroleiros era o único acionista a resistir à recuperação, por orientação da própria estatal. Investidores como BTG, Funcef e Previ já reconheceram oficialmente perdas de R$ 2,6 bilhões com a empresa, e pressionavam pela recuperação judicial.

Com o Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco, Santander e Standard Chartered, a empresa pegou empréstimos de cerca de R$ 12 bilhões. Os bancos recuperaram cerca de R$ 4 bilhões desse total em fevereiro, quando conseguiram sacar recursos do Fundo Garantidor da Construção Naval (FGCN), que garantia os financiamentos à Sete. O restante dos débitos, porém, deve entrar como baixa nos balanços. O BB é o maior financiador. Procurados, BB e Bradesco não comentaram. Os outros não responderam até o fechamento desta edição.

A recuperação da empresa será conduzida pelo escritório de advocacia Sérgio Bermudes, além da consultoria Alvarez & Marsal, que já atuava dentro da Sete Brasil, na análise de propostas para reestruturação do contrato com a Petrobrás desde fevereiro. A previsão dos sócios da empresa é de que o processo seja aberto em uma Vara Empresarial da Justiça do Rio de Janeiro na próxima semana. A empresa tem duas sondas com quase 90% de avanço físico e outras seis com mais de 40% de obras concluídas. Todas as obras estão paradas desde novembro, em função das dívidas com estaleiros. O contrato original previa a construção de 28 sondas e o aluguel para a Petrobrás por 25 anos a taxas superiores às do mercado.

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