O presidente em exercício, Michel Temer, disse em
entrevista ao Fantástico, que foi ao ar
neste domingo (15), que tem legitimidade para exercer o cargo porque a
Constituição prevê que ele assuma no caso do afastamento da presidente Dilma
Rousseff. Temer reconheceu que não tem “inserção popular” mas disse
acreditar que ela virá quando seu governo “produzir efeito benéfico ao país.” Ele afirmou ainda que, se Dilma realmente sofrer o
impeachment, pretende trazer a família para morar em Brasília e a mulher dele,
Marcela, deve assumir a área social do governo.
Temer disse que a prioridade dele é equilibrar o governo
- na economia, política e, também, eticamente - para permitir a “pacificação”
do Brasil. “E a unificação do país significa a unificação dos
partidos políticos, dos empregadores com os trabalhadores, enfim, um esforço
conjunto da sociedade brasileira para que nós possamos sair da crise em que nós
nos achamos.” Ele reafirmou a manutenção de programas sociais como o
Bolsa Família, mesmo com a necessidade de corte de gastos devido à queda na
arrecadação de impostos, resultado da crise econômica. E disse que, se precisar
reduzir despesas, será de outros setores. “Se for necessário [redução de gastos] cortarei de outros
setores, não cortarei daqueles mais carentes no país.” Porém, o presidente em
exercício afirmou que vai cortar gastos “onde for necessário.” Temer reafirmou a intenção de fazer uma reforma da
Previdência e que as novas regras só vão valer para novos entrantes – o regime
não mudaria para quem já está no INSS.
Sobre as críticas que vem recebendo por não ter cumprido a promessa de montar
um ministério de notáveis (técnicos e especialistas), Temer admitiu que era
“inevitável” atender a indicações políticas em troca de apoio no Congresso. Mas
que demitirá ministros que cometerem “equívocos” administrativos e também “no
particular.” “Se houver um equívoco ou equívocos administrativos, e no
particular, se houver irregularidades administrativas, eu demito o ministro.” Entretanto, questionado sobre a nomeação do senador
Romero Jucá (PMDB-RR),investigado
na Lava Jato, para o ministério do Planejamento e se vai demití-lo
caso ele se torne réu, Temer disse que vai “examinar.”
Temer também voltou a dizer que não pretende interferir
na Lava Jato e que o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, será
mantido no cargo. Porém, disse que “essa é uma decisão do ministro da Justiça
e, no particular, do departamento da Polícia Federal.”
O presidente em exercício voltou a negar denúncias de que
foi o responsável pela indicação de diretores para a Petrobras que se
envolveram em corrupção e a denúncia de que teria recebido uma doação de R$ 5 milhões
de uma empreiteira. Entretanto, disse que as “ilações” o deixam “aborrecido.” Temer rebateu também as críticas de que não foram
nomeadas mulheres para seu ministério. Ele afirmou que pretende nomer pelo
menos quatro mulheres para compor seu governo, mas nenhuma para chefiar
ministério.
Confira os principais trechos da entrevista de Temer ao Fantástico, na noite deste domingo: clique aqui
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