O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo
(PR-BA), encerrou há pouco a reunião sem votar o parecer do deputado Marcos
Rogério (DEM-RO) pela cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Rogério pediu mais tempo para analisar o voto em separado apresentado
pelo deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), que pediu, ao invés da cassação, a
suspensão do mandato de Cunha por três meses. “Não poderia, por dever de
lealdade, fazer a análise de forma açodada. Para fazer essa análise mais
detalhadamente, poderia apresentar as alegações finais ainda nesta
quarta-feira”, disse Rogério. Com isso, a votação do parecer pela cassação de Cunha foi adiada para esta
quarta-feira (8).
Parecer
O parecer foi apresentado na reunião da última quarta-feira (1), mas um pedido
de vista conjunta adiou a discussão do parecer. Marcos Rogério recomendou a
cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro. O relator acusa
Eduardo Cunha de ter mentido à CPI da Petrobras ao declarar que não possuía
contas no exterior.
Defesa
O advogado de Eduardo Cunha, Marcelo Nobre, rebateu as acusações e reafirmou
que truste não é conta bancária e não pode ser considerado propriedade, por
isso, Cunha não teria mentido na CPI da Petrobras. “Truste não é propriedade.
Não se pode considerar um truste como um bem seu”, afirmou.
Marcelo Nobre justificou que a Receita Federal não autuou seu cliente por
contas no exterior, porque elas não existem. “Por que a Receita não autuou meu
cliente? Porque não existe [conta no exterior]. A Receita é formada por gente
séria, competente e atuante. Eles não fizeram nada, porque não existe”,
defendeu o advogado.
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