O processo de venda da BR Distribuidora oficialmente
ainda não começou. A previsão é que, nesta semana, a diretoria defina e aprove
os últimos detalhes do modelo de venda, conforme o Valor apurou. Entre os
detalhes está a questão do uso da marca, pois o potencial comprador terá acesso
ao controle da marca líder de mercado. Será oferecido a fatia majoritária do
capital votante, ainda que com objetivo de um acordo com a Petrobras, para
gestão conjunta.
A estatal pretende ficar com maioria do capital total de 60% a 75%. A captura
de valor ocorre na venda do controle e na captura dos dividendos. Para tanto, a
BR Distribuidora terá o capital social dividido em ordinárias e preferenciais. O que o mercado financeiro chama de “teaser” da venda deve ser colocado na rua
entre o fim desta semana e o começo da próxima: o pontapé inicial do processo.
Normalmente, o “teaser” apresenta a oportunidade, sem indicação de valores algo
como uma chamada ao mercado.
Nesse momento, potenciais interessados entregam ideias inicias de valores e
modelos e as negociações começam. Os diálogos com maior potencial se
transformam em acordos de confidencialidade, acesso a data-room e então surgem
as propostas vinculantes aquelas que, se aceitas, significam negócio fechado,
pois há obrigação do comprador. Esse é o rito normal que deve ser seguido para
a venda da BR, cujo processo é coordenado pelo Citi.
Pessoas que acompanham de perto os trabalhos afirmaram ao Valor que desde que
anunciou a venda de uma fatia controladora, o número de potenciais interessados
que já acenaram à estatal subiu significativamente.
Os trabalhos estavam parados no aguardo de definição da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) sobre o formato da venda. Na semana passada, houve sinal
verde do órgão regulador. Conforme dados do balanço de 2015 da subsidiária integral, a BR Distribuidora
tinha 8,176 mil postos. No ano passado, a empresa comercializou 53,4 milhões de
metros cúbicos de combustíveis, para um total de 14,3 mil clientes.
A companhia também afirmava ter a liderança do mercado revendedor, com uma
fatia de 27,6% e volume de 26,8 milhões de metros cúbicos. A Ipiranga, do Grupo
Ultra, é a segunda maior rede, com 7,2 mil postos de abastecimento e 25,7
milhões de metros cúbicos comercializados. A Raízen, controlada pela Shell e
pela Cosan (dona da marca Esso), é a terceira colocada, com 5,7 mil postos de
abastecimento.
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