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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

EMPREENDEDORISMO - Centro brasileiro desenvolve tecnologia que 'costura' metais


A busca por estruturas leves e versáteis – e mais resistentes do que as convencionais – é um permanente objeto do desejo de indústrias como a aeroespacial, a automotiva e a petrolífera. Faz sentido. Um exemplo: uma aeronave com chapas metálicas menos pesadas, ou encaixes mais eficientes, apresenta vantagens tanto no desempenho como no processo de produção. Pois o Laboratório de Estruturas Leves (LEL), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São José dos Campos (SP), testa várias tecnologias que perseguem esse tipo de avanço. Uma delas é a “junção por atrito”. Nesse caso, duas placas de metal são colocadas lado a lado. Um pino as aquece e mistura suas bordas por fricção – como se estivessem sendo costuradas.
 
Aplicado em fuselagens, o método torna desnecessário o uso de rebites e pode até atenuar o efeito da vibração na estrutura dos aviões. Ele elimina ainda as soldas convencionais, que ampliam em até 80% a fragilidade do material nos pontos em que são aplicadas. Para desenvolver o sistema, O LEL firmou um acordo com a Embraer, a Votorantim Metais, a Unicamp (Limeira), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR) e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano). “Os jatos da próxima geração, que chegarão ao mercado em 2025, adotarão de forma ampla essa tecnologia”, diz Hugo Resende, diretor do LEL. Ela já é utilizada, ainda que parcialmente, em pequenos jatos como o Eclipse. Agora, quer conquistar os grandões.

Novo e notável

O Laboratório de Estruturas Leves (LEL), do IPT, está entre os cinco mais bem equipados do mundo em seu campo de atuação. Realiza pesquisas de estruturas metálicas e de materiais compósitos (que possuem dois ou mais elementos, como fibras de carbono). Foi inaugurado em 2014, com investimentos de R$ 47 milhões. Ocupa uma área de 4,5 mil metros quadrados (pouco maior que metade de um campo de futebol, como o Maracanã).
 

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