A Prefeitura de São Tomé enfrenta um verdadeiro caos
administrativo nestes últimos meses de gestão do prefeito Gutemberg Pereira
(PMDB). A cidade acumula atrasos de salários em diversas secretarias. Na
Educação, os servidores já estão há mais de 90 dias sem receber seus
pagamentos.
Além disso, o município registra uma dívida milionária
com prestadores de serviços e com a Previdência. Para ter uma ideia do rombo
financeiro, apenas o Instituto Previdenciário de São Tomé deveria ter em caixa
mais de R$ 3 milhões, que ainda não lhe foram repassados. As denúncias partem
dos vereadores Gá (PSDB), Nego Pereira (PSDB) e Teresa Cristina (PSD), que é a
presidente da Câmara Municipal.
Gá (PSDB) revela também a falta de atualização do Portal
da Transparência do município. Segundo o tucano, o fato “atrapalha o
acompanhamento das contas públicas por parte da população”. A última
atualização foi no dia 30 de junho. De acordo com o parlamentar, entre janeiro de setembro
deste ano São Tomé recebeu em transferência de recursos mais de R$ 14 milhões,
conforme informa o site do Banco do Brasil. Mesmo com a cifra impressionante, a
cidade chega ao fim de 2016 afundada em dívidas.
Professores do município |
Segundo Gá, nos últimos meses o município registrou
seguidas licitações com valores abusivos, considerados acima do que é negociado
no mercado. “O que leva a crer ser esse o real motivo pelo não cumprimento da
folha de pagamento”. A situação insustentável foi determinante para fazer com
que o atual prefeito nem mesmo tentasse a reeleição no pleito recém-terminado.
E pode ser que nem mesmo consiga terminar o seu mandato atual. É crescente na
cidade a insatisfação com o gestor e a Câmara de Vereadores já discute a
possibilidade de afastar Gutemberg da função.
Nesta semana, os servidores da Educação realizaram uma
assembleia em frente ao Fórum do município para discutir estratégias de
mobilização. A categoria já não tem mais esperanças de que receberá seus
salários ainda este ano. Em outras pastas, o atraso varia entre 60 e 90 dias. A Prefeitura também possui dívidas com empresas credoras
de consignados, levando os servidores, que já estão sem salários, a terem seus
nomes incluídos no SPC e Serasa por atraso no pagamento dessas quantias.
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