De acordo com os dados
enviados à Justiça Eleitoral pelos 496.896 candidatos a prefeito e vereador nas
Eleições Municipais 2016, até o final de outubro, portanto antes do segundo
turno e do fim do prazo da entrega da prestação de contas do primeiro turno, o
total em doações recebidas por eles foi cerca de R$ 2,5 bilhões. Desse valor,
R$ 65,4 milhões foram destinados aos candidatos a vereador. O valor não inclui
o total arrecadado para as campanhas dos candidatos a prefeito que tiveram que
enfrentar o segundo turno eleitoral e podem ser retificados a qualquer momento.
Especificamente no caso da
eleição para vereadores, a média da arrecadação masculina foi de R$ 8.286 e a
média da doação feminina foi de R$ 4.568. Esses dados foram tirados excluindo
os candidatos com zero voto. Ou seja, em tese, são baseados naqueles que
fizeram campanha. Os partidos políticos destinaram proporcionalmente 30% mais
recursos para seus candidatos a vereador homens em relação ao que foi repassado
às mulheres. Até o fim de outubro, os três
maiores arrecadadores do país declararam ser do sexo feminino. A maior
arrecadação declarada foi a de Leticia Giardin, candidata a vereadora em Porto
Alegre (RS), pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) - R$ 35 milhões. Em
segundo lugar as doações chegaram a R$ 28 milhões e em terceiro lugar a R$ 15
mil.
A falta de recursos,
principalmente a proibição de doações por pessoas jurídicas, foi também um dos
principais motivos para a baixa participação feminina entre os candidatos e
entre os eleitos. Mesmo no Partido da Mulher
Brasileira (PMB), os candidatos homens receberam cerca de 42% mais recursos.
Apenas candidatas de quatro partidos, entre 35 siglas, receberam mais,
proporcionalmente, que os homens: Partido Social Democrático (PSD), Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido Popular Socialista (PPS) e Novo.
As mulheres representam 50,64%
da população brasileira e nas eleições municipais deste ano elas foram
responsáveis por 52,2% do eleitorado. Segundo dados do TSE, 75.226.056 mulheres
estiveram aptas a votar no primeiro turno das eleições de outubro (2). A participação feminina na
política, no entanto, não atinge os mesmos percentuais. De acordo com o TSE, as
mulheres representaram 31,60% do total de candidatos nas eleições municipais
deste ano. Apesar de ter atingido o patamar mínimo de 30% estabelecido pela Lei
das Eleições (Lei 9504/1996), o índice é menor que o registrado em 2012, quando
32,79% dos candidatos eram mulheres.
Outro dado interessante é que
até 50% dos afiliados partidários são mulheres, o que demonstraria que não há
falta de participação feminina na política. No entanto, em 68% das cidades só
houve candidatos homens. Com base em dados do TSE, é
possível verificar o inexpressivo crescimento do percentual de mulheres eleitas
nas últimas cinco eleições gerais – de 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014 – para os
cargos de deputada federal e senadora.
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