O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou os
responsáveis pela Operação Lava Jato de comprometimento político e ideológico. Ao discursar durante ato programado em sua defesa, na
noite desta quinta (10), Lula se disse alvo de "um pacto diabólico".
O ex-presidente afirmou que os agentes públicos responsáveis pela operação
"mexeram com a pessoa errada" e "fazem mal ao Ministério Público,
que tem muita gente séria". Também fazem mal, completou Lula, "a uma instituição
chamada Polícia Federal, que foi criada para defender o Estado brasileiro e
para investigar, e não para permitir que delegados comprometidos
ideologicamente e politicamente com determinados partidos venham fazer falsas
acusações".
Após ouvir um manifesto assinado pelos cantores Gilberto
Gil e Chico Buarque, entre outros, Lula declarou: "não me sinto
confortável participando de um ato em minha defesa. Eu me sentiria confortável
participando de um ato de acusação à força-tarefa da Lava Jato, que está
mentindo para a sociedade brasileira". Cercado por petistas e dirigentes de movimentos de
esquerda, Lula disse também que gostaria de estar "acusando o
comportamento perverso dos meios de comunicação, que mentem
descaradamente".
No discurso, Lula chamou o ex-tesoureiro do PT João
Vaccari Neto de companheiro. O ex-presidente disse que Vaccari, hoje preso pela
Lava Jato, foi inocentado após oito anos de exposição pelo Ministério Público
de São Paulo. Lula ainda comparou a atuação da imprensa na Lava Jato
com o caso da Escola Base, cujos proprietários foram injustamente acusados de
abusar sexualmente dos alunos. O ex-presidente disse que os responsáveis pela Lava Jato
"estão acostumados a lidar com políticos que têm medo deles", mas
esse não é seu caso. "Não tenho que provar minha inocência, eles é que tem que provar a
inocência deles na acusação."
CRÍTICA A MORO
No ato, apoiadores de Lula distribuíram panfletos em
defesa do petista e com críticas ao juiz Sergio Moro. Com o título "Um Brasil Justo para todos e para
Lula", o texto diz que "não é certo um juiz deixar as pessoas presas
para falarem só o que ele quer ouvir mesmo que seja sem prova". Sem citar o nome de Moro, o documento diz ainda que
"não é certo recusar delações só porque não falam de Lula".
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